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Fitch Solutions revê em baixa o crescimento do PIB angolano de 3,8% para 3,5% este ano

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A consultora Fitch Solutions reviu em baixa a previsão de crescimento da economia angolana, de 3,8% para 3,5% do PIB este ano, antevendo novo abrandamento para 1,8% no próximo ano.

Conhecida como uma das três maiores agências de classificação de risco de crédito, ao lado da Standard & Poor’s e da Moody’s, a Fitch Solutions acredita que a economia angolana poderá registar um decréscimo na ordem dos 0,3 pontos percentuais, acima das projecções do governo, que estima uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,7% nas contas deste ano.

“Antevemos que o Produto Interno Bruto de Angola acelere de uns estimados 0,6% em 2021 para 3,5% em 2022, o ritmo mais rápido desde 2004; dado que a China compra 60,2% das exportações angolanas, mas o abrandamento da procura chinesa levou-nos a rever em baixa a previsão de crescimento de Angola para 3,5%, face aos 3,8% que prevíamos anteriormente”, lê-se numa nota enviada aos investidores.

Os analistas da consultora, detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings, apontam que esse abrandamento, ainda assim, demonstra uma forte recuperação face ao crescimento médio do PIB nos últimos cinco anos, na medida em que a recuperação vai ser sustentada, principalmente, pelo aumento da produção petrolífera e pela despesa dos motores internos, o que, em conjunto com o fortalecimento do kwanza face aos níveis baixos dos últimos meses, fará com que a redução desça de 25,7% em 2021 para 20% este ano.

“O que abranda a pressão sobre o poder de compra dos consumidores, e permite uma subida da despesa das famílias, em termos reais”, assinalam.

Apesar da contínua descida da inflação e consequente aumento das despesas por parte dos consumidores, os analistas da Fitch acreditam que a produção petrolífera deve voltar à tendência negativa, fazendo com que o PIB desacelere para 1,8% no próximo ano.

“Depois de seis anos de crescimento anual negativo, com uma média de 7,4%, a produção de petróleo e gás em Angola deverá aumentar 3,5% em 2022, atingindo os 1,24 milhões de barris diários, mas voltará a uma tendência decrescente para acabar abaixo do milhão de barris diários, para 972 mil por dia, devido aos poços esgotados”, diz a Fitch Solutions.

Em termos de crescimento económico, Angola deverá crescer acima da média da África Subsaariana de 3,1%, depois do crescimento de 4,3 no ano passado, mas terá uma expansão económica abaixo dos seus pares regionais, que no próximo ano deverão registar um crescimento do PIB de 3,7%.

“Prevemos que o PIB da África Subsaariana abrande de 4,3% em 2021 para 3,1% em 2022, com as pressões do lado da oferta a continuarem elevadas e a procura da China a abrandar; o aumento dos preços dos cereais e da energia desde Fevereiro está a fazer subir os preços, que deverão acelerar de uma média anual de 7,8% em 2021 para 8,6% este ano”, de acordo com a fonte.

Nas previsões para a região, a Fitch Solutions vê a Nigéria, a maior economia da região, a abrandar o crescimento, de 3,4% no ano passado para 2% este ano, ao passo que em relação a África do Sul, a previsão aponta para um forte abrandamento, de 5% do PIB, no ano passado, para 1,7% este ano.

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