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Faia rebate críticas sobre a prestação de Angola nos Jogos Olímpicos de Tóquio

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A judoca angolana Fátima Moreira ‘Faia’, treinadora do 1.º de Agosto e instrutora da Polícia Nacional (PN) reagiu, através das redes sociais, às críticas que estão a ser feitas à fraca prestação dos atletas angolanos nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão.

No texto partilhado da rede social Facebook, a judoca questiona as ambições de “um país amador [que] quer medalhas profissionais”, sobretudo, quando se, segundo a judoca, se trata de uma “Angola [que] está a anos-luz das infra-estruturas desportivas de outros países”.

Faia aponta que um país como Angola, que só aposta no futebol não pode querer medalhas olímpica. Mas, não se ficou por aí, a treinadora: “Um país que tirou horas à disciplina de educação física, quer medalhas olímpicas? Um país que despreza a educação física no 1º ciclo, quer medalhas olímpicas? Um país onde os principais eventos do desporto escolar encaixotam professores e alunos em salas de aula para dormir, quer medalhas olímpicas?”.

A antiga atleta questionou igualmente as “cargas lectivas brutais” a que são submetidos os alunos, que, segundo disse, são obrigados a chegar à casa às 20, 21, 22h00 para conciliarem a prática desportiva, sem colocar de parte o facto de ainda terem de ir estudar para os testes que aí vêm. “Não pode querer medalhas olímpicas”, assinalou a judoca.

Para a judoca, Angola é um país onde a maioria dos professores e pais não tem cultura desportiva, onde se marca aulas e testes em cima dos treinos do desporto escolar. “Quer medalhas olímpicas?”, questionou.

[Um país] que não gosta de desporto, gosta do palco, da festa, do sucesso, e prefere passar horas a discutir se foi ou não penálti, quer medalhas olímpicas?”, insistiu.

Fátima Faia comparou o posicionamento de Angola em relação às potências do desporto mundial, cujos atletas, na visão de Faia, não viajam em low cost, não dormem em aeroportos, e nem são completos amadores, como são os angolanos. “Logo, o país não pode exigir medalhas”, concluiu.

Aos atletas olímpicos, a treinadora da atleta da judoca Neidi Diassonema pede que “ignorem os ruídos, porque, na verdade, eles são o exemplo de amor à pátria e cada lágrima, cada gota de suor é cristalina, pura e honesta. Sois uns heróis e quem tem dois dedos de testa tem noção do que abdicaram para chegar aonde chegaram”, concluiu.

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