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Ex-oficial da CIA desmonta fake News sobre “negociações irregulares” com Higino Carneiro e exige retratação da TPA

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O oficial aposentado da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla inglesa) dos Estados Unidos da América (EUA) Dale Bendler Britt, apontado pela Televisão Pública de Angola (TPA) como tendo estado envolvido em “negociações irregulares” com Francisco Higino Lopes Carneiro, negou, nesta sexta-feira, 26, “qualquer relação pessoal ou comercial” com o general angolano na reserva, considerando “a notícia falsa, irresponsável e desprovida de qualquer verificação jornalística mínima”.

Numa nota de esclarecimento, escrita a partir da cidade de Miami, estado norte-americano da Florida, Dale Bendler contestou o conteúdo da peça da TPA, negando de forma categórica qualquer contacto com Higino Carneiro, pré-candidato à liderança do MPLA, que também já havia reagido à notícia, negando algum tipo de envolvimento com o ex-oficial da CIA.

“Nunca conheci, nunca mantive qualquer relação pessoal ou comercial, nem realizei transações financeiras com o general Higino Carneiro. Qualquer alegação em contrário não passa de especulação sem fundamento, cujo único efeito é induzir a opinião pública em erro”, esclarece Dale Bendler, que responde por um processo nos EUA por por “lobby não autorizado, actividades de relações públicas em nome de clientes estrangeiros e de retenção de documentos confidenciais de forma irregular.

Nos documentos da acusação e na análise jurídica feita pelo Departamento de Justiça norte-americano, Dale Bendler é acusado de ter trabalhado para uma firma de lobby nos EUA, envolvida em ‘actividades cobertas’ e não registadas em nome de clientes estrangeiros, tendo o ex-oficial admitido ter acedido a documentos nos sistemas da CIA relacionados com os seus clientes privados e partilhado ou retido material classificado em locais não autorizados.

As ‘actividades cobertas’, no quadro dos serviços secretos, referem-se a operações realizadas sob uma falsa identidade, nomeadamente para proteger o sigilo da missão, da instituição ou do agente, facilitando a recolha de informações secretas de um país, organização ou governo sem autorização. Estas actividades são fundamentais na espionagem e visa obter vantagens militares, políticas, económicas, científicas ou tecnológicas.

Dale Bendler exige “reposição da verdade”

No telejornal de 25 de Setembro, a TPA aponta Higino Carneiro como sendo a entidade particular estrangeira com quem Dale Bendler teria prestado serviços no período que vai de Julho de 2017 a Julho de 2020. Uma informação que o ex-oficial da CIA contesta, exigindo a reposição da verdade.

“Exijo, portanto, que a TPA reponha a verdade com a mesma amplitude em que divulgou a mentira e adopte medidas para reforçar os seus mecanismos de verificação editorial, sob pena de continuar a comprometer a sua credibilidade e a imagem de Angola no plano internacional”, afirma Dale Bendler, repudiando a postura da estação pública angolana “pela veiculação de uma notícia falsa, irresponsável e desprovida de qualquer verificação jornalística mínima”.

Para o ex-oficial da CIA, a publicação da peça da TPA não apenas atinge a sua honra e reputação pessoal, como também fragiliza a credibilidade da comunicação social angolana perante a comunidade nacional e internacional.

“A TPA, como órgão público de comunicação, carrega responsabilidades acrescidas na salvaguarda da verdade, da ética jornalística e do interesse público. Ao difundir informações sem prova ou confirmação, a TPA incorre em clara violação dos princípios básicos do jornalismo, contribuindo para a desinformação e para a erosão da confiança social”, salienta a nota.

Apesar da divulgação da referida notícia falsa, Dale Bendler reafirma o respeito por Angola, país que considera de “enorme potencial humano e económico”, tendo expressado o interesse de, no futuro, “contribuir para parcerias construtivas entre Angola e os Estados Unidos da América, no espírito de amizade, cooperação e desenvolvimento mútuo”.

“Acredito firmemente que relações baseadas em confiança, transparência e verdade são o único caminho para fortalecer os laços entre as nossas nações”, assinala.

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