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EUA contra a retirada “precipitada” da missão da ONU na RDC

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Os Estados Unidos da América (EUA) posicionaram-se esta segunda-feira, 27, contra uma retirada “precipitada” da missão da ONU na República Democrática do Congo (Monusco), acreditando que o país não estaria preparado para tal saída no final de 2023.

“A importância da Monusco para a República Democrática do Congo (RDC) e para a região é clara. É por isso que os Estados Unidos estão preocupados com os apelos crescentes do governo da RDC para a retirada da missão após as eleições de Dezembro”, declarou o vice-embaixador dos EUA na Organização das Nações Unidas (ONU), Robert Wood, numa reunião do Conselho de Segurança sobre a situação no país.

A Monusco “não pode e não deve permanecer na RDC indefinidamente, mas há um amplo consenso de que o governo da RDC não terá cumprido os objectivos que aceitou como condições mínimas para uma retirada da Monusco até ao final de 2023”, acrescentou.

“Uma retirada precipitada de Monusco criaria provavelmente um vazio de segurança que as autoridades estatais não conseguem preencher, com efeitos devastadores nas populações mais vulneráveis da região”, insistiu, temendo em particular um aumento dos ataques de alguns grupos armados.

Em 2020, o Conselho de Segurança iniciou um cauteloso afastamento, aprovando um plano de retirada em fases, estabelecendo amplos parâmetros para a transferência de responsabilidades das forças de manutenção da paz para as forças congolesas.

Em Dezembro, voltou a estender por um ano esta missão, uma das maiores e mais caras da ONU no mundo, presente na RDC desde 1999.

Mas também pediu ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que apresentasse “opções” em Julho para a reconfiguração da missão.

“O meu governo continua o diálogo construtivo com a Monusco para definir o plano de transição”, disse o embaixador da RDC na ONU, Georges Nzongola-Ntalaja.

“A visão é apostar nos marcos capazes de criar as condições mínimas de segurança, prelúdio de uma boa retirada”, acrescentou, enquanto o seu governo aludia a uma possível saída após as eleições gerais de dezembro.

LUSA

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