EUA. China e Rússia desempenham papel “desestabilizador” em África
O secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin, alertou esta terça-feira, 13, os líderes africanos contra o papel “desestabilizador” da China e da Rússia em África, durante uma cimeira em Washington.
“Quando se trata da China, você vê que eles estão a expandir a sua presença no continente diariamente (…) “, enquanto a Rússia “envia armas baratas e mercenários”, disse Lloyd Austin durante um fórum em que participaram vários chefes de Estado africanos.
“A combinação dessas actividades desses dois países creio que merece atenção. E é claro que a influência deles pode ser desestabilizadora”, continuou o chefe do Pentágono.
Austin falava num fórum de segurança, neste que é o primeiro dia da Cimeira de três dias entre os Estados Unidos e líderes africanos em Washington.
Nesta ofensiva de charme dos Estados Unidos para conquistar parceiros africanos — por vezes relutantes —, os Estados Unidos ‘colocaram a mão na carteira’, prometendo destinar “55 mil milhões de dólares para África ao longo de três anos”, segundo a Casa Branca.
A administração de Joe Biden deve apresentar mais detalhes ao longo desta cimeira de três dias na capital norte-americana.
Hoje, os EUA anunciaram a atribuição de até quatro mil milhões de dólares até 2025 para a contratação e formação de profissionais de saúde em África.
No primeiro dia da cimeira, Nigéria e Rwanda formalizaram a adesão aos Acordos Artemis, da NASA, que estabelecem uma série de regras para a exploração lunar.
Os governos da Nigéria e do Rwanda tornaram-se assim os primeiros em África a aderir a estes acordos, que já contam com 23 membros, segundo o governo norte-americano.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, deve falar no evento nesta quarta e quinta-feira.
Em particular, defenderá o reforço do papel de África no cenário internacional, a representação do continente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, e a representação formal da União Africana no G20.
Durante um fórum organizado à margem da cimeira com a diáspora africana nos Estados Unidos, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, garantiu na manhã de hoje que a nova estratégia dos Estados Unidos se resume numa única palavra: “parceria”.
Esta nova estratégia foi revelada no verão passado, com vista a uma revisão da política dos EUA na África subsaariana para conter a presença chinesa e russa na região.
A China é o maior credor mundial de países menos desenvolvidos e em desenvolvimento e investe pesadamente no continente africano.
Além dos investimentos, as mudanças climáticas, a insegurança alimentar — agravada pela guerra na Ucrânia — ou mesmo as relações comerciais e a boa governança estarão no centro da cimeira.
Este é o segundo encontro do género, depois de uma primeira edição realizada em 2014.
No total, 49 chefes de Estado africanos e o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, foram convidados para este encontro de alto nível.