Isto É Notícia

Etiópia. União Africana critica presença de tropas da Eritreia no Tigray

Partilhar conteúdo

O Alto Representante da União Africana para o Corno de África criticou esta quinta-feira, 24, a presença de tropas estrangeiras na região de Tigray, no norte da Etiópia, dizendo que nenhum país deve aceitar forças estrangeiras.

“Nenhum país deve aceitar a presença de um país estrangeiro na sua terra”, disse o antigo Presidente da Nigéria Olusegun Obasanjo, durante uma visita a Mekele, acompanhado pela antiga Vice-Presidente da África do Sul Pumzile Mlambo-Ngcuka, que também faz parte da equipa de mediação do conflito.

Obasanjo e Mlambo-Ngcuka reuniram-se com o líder da Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF, na sigla em inglês), Debretsion Gebremichael, que chefiava o partido que governava a região antes da guerra.

O antigo chefe de Estado nigeriano referia-se à presença da Eritreia, cujas tropas têm apoiado o Exército etíope e são acusadas de várias violações dos direitos humanos.

As declarações de Osabanjo, citadas pela agência Efe, inserem-se no acordo alcançado entre as partes, que prevê “o desarmamento e ao mesmo tempo a retirada da região das forças armadas estrangeiras que não sejam parte das forças armadas da Etiópia”.

O conflito no Tigray começou em Novembro de 2020, quando o primeiro-ministro etíope, Abyi Ahmed, enviou elementos do exército federal para prenderem dirigentes da região que contestavam a sua autoridade há meses e que eram acusados de ter atacado bases militares federais.

Desde o início da guerra, a região do Tigray sofreu “um bloqueio humanitário de facto”, segundo a ONU, o que levou a uma crise duma dimensão ainda desconhecida devido à ausência de rede de telecomunicações e às restrições de acesso impostas pelo Governo etíope.

O conflito provocou milhares de mortos e cerca de dois milhões de deslocados.

LUSA

Artigos Relacionados