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E vai uma e vão duas e vão três: JLo repete ‘insólito’ de 2017 e 2020 e nomeia ex-administrador do CFL falecido há três anos

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O Presidente João Lourenço nomeou, nesta quinta-feira, 16, via despacho presidencial — para integrar o Conselho de Administração da empresa do Caminho-de-Ferro de Luanda — Rufino Manuel da Conceição Júnior, um ex-administrador da ferrovia que perdeu a vida em 2020, em consequência da Covid-19.

Poucas horas depois de os decretos virem a público, através dos quais o Presidente da República nomeava várias entidades ligadas ao sector dos transportes, surgiu um outro documento já sem o nome de Rufino Manuel da Conceição Júnior entre os nomeados.

O caso não é inédito na governação angolana, nem tampouco novo. Aconteceu uma vez com o ex-Presidente José Eduardo dos Santos, quando nomeou, em Maio de 2015, o sub-comissário André Kiala ‘Comandante Gato’, numa altura em que este já havia falecido a 29 de Abril do mesmo ano. O ‘Comandante Gato’, à sua morte, exercia as funções de segundo comandante da Polícia Nacional na Província do Moxico.

Com o Presidente João Lourenço acontece pela terceira vez. O primeiro destes casos caricatos ocorreu a 19 de Dezembro de 2017, quando, via decreto presidencial, o Presidente da República exonerou o engenheiro José Pedro Tonet, falecido a 23 de Dezembro de 2015, na África do Sul, sendo que, à data da sua morte, o malogrado ocupava o cargo de administrador não-executivo da ENANA EP.

A 2 de Outubro de 2020, a gafe repete-se e traz consigo atolada o nome do jurista Adérito Belmiro Correia, falecido a 2 de Abril de 2017, aos 69 anos de idade, por doença. À data sua sua morte, o também docente universitário da Faculdade de Direito da Universidade Católica de Angola (UCAN) — da qual tinha sido o seu primeiro decano até 2014 — ocupava o cargo de administrador não-executivo do Conselho de Administração do Banco de Desenvolvimento de Angola-BDA.

O ex-administrador do Caminho-de-Ferro de Luanda esteve nomeado durante três horas, até a página oficial do Facebook da Presidência da República dar-lhe como ‘desnomeado’, sem, no entanto, apresentar uma nota explicativa sobre o sucedido.

Funcionários da ferrovia ouvidos pelo Valor Económico disseram apenas que o antigo administrador tinha falecido em 2020, vítima de Covid-19, porém, sem prestar mais informações, remetendo esclarecimentos adicionais à Presidência da República.

“Também ficámos surpresos. Não entendemos como é que o senhor foi nomeado depois de já ter morrido”, disse um dos trabalhadores do Caminho-de-Ferro de Luanda ligado à área de comunicação institucional.

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