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Dificuldade na compra de divisas leva BIC a optar pelo encerramento de 40 balcões e a prever o despedimento de mais de 400 trabalhadores

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O presidente da Comissão Executiva do Banco Internacional de Comércio (BIC), Hugo Teles, revelou, nesta terça-feira, 19, que aquela instituição bancária prevê o encerramento de 40 dos 230 balcões instalados em todo o país e o consequente despedimento de mais de 400 trabalhadores, por conta da dificuldade na compra de divisas.

Segundo Hugo Teles, que falava à Rádio Nacional de Angola (RNA), o actual momento da economia angolana é desafiador e a solução passa pelo encerramento de balcões e despedimentos de trabalhadores.

“Pensamos em encerrar alguns balcões, infelizmente. Nós somos a única instituição bancária que ainda não fechou balcões e tentou manter bons salários aos colaboradores, mas também precisamos de um certo apoio para podermos continuar a trabalhar como deve ser. mas, infelizmente, nem sempre isso acontece”, referiu, lamentando o facto de os maiores bancos comerciais do mercado nacional, como é o caso do BIC, encontrarem dificuldades para obterem divisas em detrimento de instituições bancárias de menor expressão.

“Os bancos, hoje em dia, infelizmente, precisam de divisas para trabalhar, e só alguns é que estão a comprar. Instituições estas que a maior parte das vezes nem kwanzas têm para criar essas divisas. Ou seja, algumas instituições bancárias, por não terem kwanzas para ir à busca de divisas, recorrem a empréstimos dados pelo BIC. Para isso, podiam vendê-los a nós, mas não o fazem”, detalhou Hugo Teles.

“O BIC, com 230 balcões, está em quase todos os municípios do país e em todas as províncias. Com isso, não é normal que bancos com dez e 20 balcões comprem mais divisas do que aqueles que estão espalhados por todos os lados”, protestou.

Por sua vez, o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Empregados Bancários de Angola (SNEBA), Felipe Makengo, disse que a instituição que dirige foi notificada do problema e promete acompanhar o desenrolar do processo para assegurar que seja feita com lisura e transparência.

“A entidade empregadora até aqui não notificou o sindicato para poder pronunciar-se. Relativamente aos números que avança, é realmente preocupante. Em todo o caso, apelamos aos trabalhadores que forem afectados a procurarem o sindicato para possíveis assistências jurídicas”, apelou o sindicalista, sublinhado que exigirá, junto da instituição, esclarecimentos sobre as reais razões que estão na base do encerramento dos 40 balcões e dos consequentes despedimentos.

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