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Desemprego em Angola cai para menos de 30%, mas ainda é das taxas mais elevadas no mundo

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O Gabinete de Estudos Económicos do Banco de Fomento Angola (BFA) considera que a taxa de desemprego em Angola, apesar de estar com uma crescente tendência de descida, abaixo dos 30%, é das mais elevadas do mundo por força de um mercado de trabalho frágil.

De acordo com uma nota do Gabinete de Estudos Económicos do BFA, a que este portal teve acesso, o mercado de trabalho angolano continua muito fraco, com uma taxa de desemprego entre as mais elevadas a nível mundial, e com quase 80% das pessoas empregadas no sector informal, ainda que esta percentagem esteja a diminuir.

A situação no mercado de trabalho para os mais jovens, acrescentam os analistas do BFA, é particularmente complicada, embora também mostre melhorias, havendo ao mesmo tempo mais jovens fora do mercado de trabalho, mas provavelmente a estudar.

“O desemprego deverá quebrar os 30% novamente “, conclui o estudo, efectuado depois da divulgação, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), dos dados que apontavam para a redução de 4,1 pontos percentuais no terceiro trimestre de 2022, em comparação com o período homólogo, e de 0,2 pontos percentuais em comparação com o segundo trimestre, quando a taxa foi de 30,2%.

“A recuperação da economia está a levar a um início da descida mais persistente da taxa de desemprego em Angola”, acrescenta a nota, alertando, no entanto, que a economia do maior produtor de petróleo na África Subsaariana continua marcada pela informalidade.

“A informalidade da economia angolana continua muito relevante. No 3.º trimestre de 2022, o número de pessoas empregadas no mercado informal aumentou 433 mil (+5,0% face ao período homólogo) para 9,1 milhões, representando aproximadamente 80% do total do número de empregados em Angola”, explica a nota do BFA, citando os dados do INE.

Para 2023, o Gabinete de Estudos Económicos do BFA prevê que se mantenha a tendência de descida do número de desemprego, que surge também num contexto de recuperação da economia angolana, que deverá crescer cerca de 3% este ano.

“A nossa previsão é de que a situação no mercado de trabalho continue a melhorar, com a taxa de desemprego a fixar-se entre os 28 e os 29%, abaixo do mínimo de 29%, registado no início da série estatística, no segundo trimestre de 2019”, concluem os analistas.

A taxa de desemprego em Angola é das maiores entre os países africanos, ligeiramente abaixo dos valores registados na Nigéria (33,3%) e da África do Sul (32,9%), de acordo com os dados compilados pela agência de informação financeira Bloomberg.

Impulsionada pelos cinco anos de recessão económica e pelo impacto da pandemia, a taxa subiu para 34%, no terceiro trimestre de 2020 e 2021, e uma média de 32% em 2020 e 2021, abrangendo um terço das pessoas disponíveis para trabalhar.

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