Conta corrente com tendência negativa apesar do superávit de 1,8% no primeiro trimestre deste ano
O saldo da conta corrente do país continua com uma tendência decrescente face ao período homólogo, apesar de ter registado, no primeiro trimestre deste ano, um superávit de 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB).
A redução do saldo da conta de bens em 20,3%, em relação ao trimestre anterior, influenciou no comportamento da conta corrente, de acordo as estatísticas externas publicadas pelo Banco Nacional de Angola (BNA).
No primeiro trimestre, a conta corrente foi de 507,0 milhões USD contra os 356,7 milhões USD registados no IV trimestre de 2022, um crescimento trimestral de 139,3 milhões USD.
No período em análise, as receitas das exportações reduziram em 1 668,7 milhões USD, não obstante a melhoria dos saldos deficitários das contas de serviços, rendimentos e transferências correntes.
Já a Conta Capital e Financeira registou um défice de 1 426,7 milhões USD, contrariamente ao superávit de 672,1 milhões USD registado no trimestre anterior.
Este comportamento, argumenta o banco central, é justificado pelo agravamento acentuado do saldo de capitais de médio e longo prazos, ou seja, pela dívida externa pública.
Enquanto isso, o relatório do BNA, referente ao terceiro trimestre do presente ano, espelha que a posição líquida do investimento internacional registou, no primeiro trimestre de 2023, um ligeiro agravamento do seu défice na ordem de 1 245,7 milhões USD, como resultado da redução dos activos financeiros do país sobre não residentes, não obstante ter ocorrido também uma redução dos passivos, mas numa magnitude inferior.
Dos principais activos financeiros do país sobre não residentes, destacam-se os activos de reserva, cujo stock fixou-se em 14 054,1 milhões USD, no final do primeiro trimestre de 2022, contra 14 660,6 milhões USD, no final do trimestre anterior, correspondentes a uma cobertura de 6,8 meses de importação de bens e serviços.
