Chivukuvuku acusa João Lourenço de ter inviabilizado a legalização do PRA-JA-Servir Angola
O coordenador do PRA-JA Servir Angola, Abel Epalanga Chivukuvuku acusou, na terça-feira, 31 de Maio, o Presidente da República de inviabilizar a legalização do seu projecto político.
“Não foi o Tribunal Constitucional que não legalizou. Foi o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e o seu presidente, João Lourenço. Eles é que decidiram nos afastar, como entidade política, do jogo político nacional. Não foi o tribunal”, disse Abel Chivukuvuku, em entrevista à DW África.
O político considerou haver sobreposição do poder executivo, entres os órgãos de soberania do Estado, mencionando a “manipulação” como sendo a bandeira escolhida pelo MPLA para obstruir a liberdade política.
“Em Angola, infelizmente, não temos a separação de poderes entre o poder executivo, o poder legislativo e o poder judicial. O poder executivo sobrepõe-se a todos os outros poderes. E manipulam de forma a legalizarem os seus clientes e não permitirem a livre expressão das forças políticas e sociais do país”, criticou.
Para Abel Chivukuvuku a intenção dos “camaradas” em continuar no poder visa “o usufruto dos recursos do país e da influência”, uma situação que, segundo Chivukuvuku, alimenta o medo dessas entidades.
Abel Chivukuvuku disse que actualmente “as condições objectivas do país, políticas, sociais e económicas, dão a percepção clara de que, com eleições livres, justas e transparentes, a Frente Patriótica Unida (FPU) — que não vai concorrer como Frente Patriótica Unida, para evitar os empecilhos que o tribunal pode colocar, vamos encontrar um formato diferente —, tem as condições para ganhar as eleições em Agosto de 2022”.
“Estamos a estruturar a nossa campanha eleitoral, que vai ser fulgurante. Por outro lado, estruturar a candidatura e preparar a questão da defesa do voto”, declarou.
A plataforma FPU junta a UNITA, o Bloco Democrático e o PRA-JA Servir Angola, e tem como objectivo derrotar o MPLA nas eleições gerais do presente ano.
A 27 de Agosto de 2020, o Tribunal Constitucional rejeitou o “recurso extraordinário de inconstitucionalidade” submetido pela comissão instaladora do projecto PRA-JA Servir Angola, por “não suprir insuficiências” e tornar “indecifrável” o seu pedido.
*Com a DW África