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Burundi envia 100 soldados para a RDC para ajudar a travar violência

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Um alto funcionário militar do Burundi disse nesta sexta-feira, 3, que cerca de 100 soldados burundeses serão destacados neste sábado para a República Democrática do Congo (RDC), flagelada por grupos armados, como parte de uma força regional da África Oriental.

A província do Kivu do Norte, no leste da RDC, é afectada pelo ressurgimento da rebelião do Movimento 23 de Março (M23), predominantemente tutsi que, após dez anos de acalmia, voltou a pegar em armas, censurando Kinshasa por não ter respeitado os compromissos sobre a desmobilização dos seus combatentes.

Desde então, o M23 ocupou grandes extensões de território a norte e noroeste de Goma.

A RDC acusa o Rwanda de apoiar a rebelião, uma acusação corroborada por peritos da Organização das Nações Unidas (ONU) e de vários países ocidentais, embora Kigali a negue.

Várias iniciativas diplomáticas, sem sucesso até agora, foram lançadas, nomeadamente pela Comunidade da África Oriental (EAC, na sigla em inglês), que criou uma força regional para assegurar a retirada do M23 das posições que conquistou ao longo do ano passado.

Mas em Fevereiro foram organizadas manifestações em Goma para denunciar a sua “passividade”.

“Uma companhia de cerca de 100 soldados voará para Goma amanhã [sábado]”, a capital provincial do Kivu do Norte, disse um oficial superior do exército do Burundi, que solicitou o anonimato.

“Serão em breve destacados para Sake [20 quilómetros a oeste de Goma], Kitshanga e Kilorirwe para assegurar o respeito pelo cessar-fogo entre as partes”, afirmou.

Kitshanga e Kilorirwe têm estado sob o controlo do M23 desde o final de Janeiro.

A chegada foi confirmada numa declaração da Comunidade da África Oriental, que não avançou mais pormenores sobre o número de tropas destacadas.

De acordo com um novo calendário adoptado pelos líderes da África Oriental, a 17 de Fevereiro, “todos os grupos armados”, incluindo o M23, devem retirar-se até 30 de Março, no final de um processo em três fases que deveria ter início a 28 de Fevereiro.

Apesar desta enésima exigência, os rebeldes avançam e mantêm as suas posições em Rutshuru, territórios a oeste e a norte de Goma, a capital provincial do Kivu do Norte.

Dezenas de milhares de pessoas estão agora a viver nos territórios controlados pelos rebeldes.

Em Novembro, tropas quenianas foram também destacadas para o leste da RDC.

LUSA

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