Isto É Notícia

BODIVA arranca com processo de venda de 30% do capital social da ENSA-Seguros de Angola

Partilhar conteúdo

A Bolsa de Dívidas e Valores de Angola (BODIVA) deu a conhecer, nesta terça-feira, 24, que já arrancou o processo de venda dos 30% do capital social da Empresa Nacional de Seguros de Angola (ENSA). A alienação foi autorizada pelo Presidente João Lourenço em Março deste ano.

De acordo com um folheto da BODIVA, consultado por este portal, a transferência vai ser feita através do procedimento de Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla inglesa), sendo que o Estado, com este negócio, prevê arrecadar cerca de 7,2 mil milhões de kwanzas (7,7 milhões USD).

A ENSA vai colocar à venda 720 mil acções, que correspondem a 30% das participações sociais detidas pelo Estado na seguradora. As candidaturas, que arrancaram nesta terça-feira, 24, vão até às 15h00 do dia 25 de Outubro (um mês), ao preço mínimo de 6 499,80 (7USD) e o máximo de 12 449,80 (13 USD).

Para o público em geral estão disponíveis 672 000 acções, o correspondente a 28% do capital social da seguradora, sendo que a aquisição dos restantes 2% das acções, em condições especiais, estão reservados para os trabalhadores e membros dos órgãos sociais da empresa.

No âmbito da oferta dirigida ao público, reforça BODIVA, cada investidor vai poder transmitir uma ou mais ordens de compra ― empresa em múltiplos de uma acção ― que, isoladamente, tenham por objectivo.

O Standard Invest, AUREA e o BFA Capital Markets são os agentes de intermediação elegíveis, responsáveis pela prestação de serviços de colocação das acções no âmbito da Oferta Pública.

Em Junho de 2021, foi aberto um processo de alienação da ENSA através de um concurso limitado por prévia qualificação dirigido a investidores nacionais e estrangeiros.

O objectivo era alienar os 51% afectos ao Estado, mas, segundo o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), apesar de o processo ter atraído o interesse de vários investidores de referência, quer angolanos, quer além-fronteiras, “o contexto económico e financeiro conturbado pelo impacto da pandemia da Covid-19 impediu o alcance dos objectivos pretendidos”.

O governo decidiu então pôr fim à privatização por concurso, anulando o Despacho Presidencial n.º 81/20, de 5 de Julho, deixando para mais tarde a alienação de acções em bolsa, esperando “maximizar o seu valor”.

Após falhar o referido processo de venda dos 51% de acções, o Presidente João Lourenço voltou a autorizar a alienação do capital da seguradora angolana, mas por via do procedimento de Oferta Pública Inicial, ou seja, em Bolsa de Valores.

Alienação esta validada no mais recente Despacho Presidencial n.º 76/24, de 26 de Março, tal como noticiou este portal, no qual o chefe do executivo angolano autoriza a venda de 30% do capital da seguradora.

A ENSA atravessa um momento imponente: entre Janeiro e Agosto de 2024, a seguradora emitiu 100 mil milhões de kwanzas em prémios brutos, superando todos os volumes de negócios antes registados.

Em 2023, a seguradora nacional, fundada em 1978, obteve um lucro de 5,28 mil milhões de kwanzas, equivalente a USD 6,3 milhões, ao câmbio do último dia do ano. O retorno dos capitais próprios (ROE) fixou-se em 10%, e as provisões técnicas, no final do exercício, cifraram-se em 150 mil milhões (180 milhões USD).

Neste mesmo período, o seu activo líquido atingiu 267,94 mil milhões (323 milhões USD) contra 183,43 mil milhões (222 milhões USD) se comparado ao exercício económico de 2022, tendo distribuído cerca de 2,1 mil milhões de kwanzas em dividendos correspondentes a 40% do seu lucro.

ISTO É NOTÍCIA

Artigos Relacionados