Isto É Notícia

BNA convoca Conselho de Administração do BIC para explicar encerramento de balcões e consequente despedimento de trabalhadores

Partilhar conteúdo

O Banco Nacional de Angola (BNA) anunciou, nesta quinta-feira, 20, ter convocado o Conselho de Administração do Banco Internacional de Comércio (BIC) para compreender as motivações que levam aquela instituição financeira bancária a pretender fechar 40 balcões e despedir mais de 300 trabalhadores em todo o país.

Em declarações à imprensa, à margem do lançamento do estudo ‘Banca em Análise’, o vice-governador do BNA, Pedro Castro e Silva, disse que foi informado sobre a intenção do BIC pela comunicação social, mas que tem agendado um encontro com a administração da instituição bancária para análise do assunto.

“Os bancos é que têm responsabilidade de elaborar os seus planos de negócio, mas depois do anúncio do BIC, vamos sentar-nos com o banco para saber o que é que fundamenta esta decisão”, disse o responsável.

Na terça-feira, 18, o presidente executivo do BIC, Hugo Teles, disse à Radio Nacional de Angola (RNA) que o banco iria encerrar 40 dos 230 balcões instalados em todo o país e despedir cerca de 400 trabalhadores, em função das dificuldades que tem enfrentado na compra de divisas.

Hugo Teles lamentou o facto de os maiores bancos comerciais do mercado nacional, como é o caso do BIC, terem mais dificuldades em obter divisas do que instituições bancárias de menor expressão.

O vice-governador do BNA admitiu que a oferta de divisas tem sido escassa em face da procura, mas rejeitou que haja falta de transparência, afirmando que “o mercado é livre” e as que transacções se fazem numa plataforma electrónica.

Destacou ainda que quem compra mais divisas são os bancos maiores, mas são estes também que têm maior procura por terem mais clientes.

Quanto à oferta de divisas, Pedro Castro e Silva acrescentou que só tem sido suficiente quando o preço do petróleo está alto, ou há mais contenção nas despesas com importação de produtos e serviços.

“Enquanto formos totalmente dependentes do exterior para o consumo de bens alimentares, contratação de serviços, vai sempre haver essa pressão sobre a taxa de câmbio e a oferta de divisas”, sublinhou Pedro Castro e Silva.

Sobre a trajectória da taxa de inflação e o impacto das medidas de política monetária que têm sido levadas a cabo pelo banco central angolano, o responsável assinalou que os efeitos destas medidas “têm desfasamentos e não se sentem de um mês para o outro”, mas disse acreditar na redução da taxa de inflação nos próximos quatro a seis meses, se se mantiverem as actuais políticas.

ISTO É NOTÍCIA

Artigos Relacionados