Isto É Notícia

BFA prevê robustez no mercado de trabalho angolano com a taxa de desemprego a cair ligeiramente para os 28%

Partilhar conteúdo

O Gabinete de Estudos Económicos do Banco de Fomento Angola (BFA) considera que a taxa de desemprego em Angola, no primeiro trimestre desse ano, poderá fixar-se nos 28%, cerca de um ponto percentual inferior à taxa actual, porém não deixará de fazer parte da lista das mais elevadas do mundo, por força do seu mercado de trabalho que ainda é muito frágil.

De acordo com uma nota do Gabinete de Estudos Económicos do BFA, para 2023, a instituição prevê que se mantenha a tendência de descida do número de desemprego, que surge também num contexto de recuperação da economia angolana, que deverá crescer cerca de 3% este ano.

“A nossa previsão é de que a situação no mercado de trabalho continue a melhorar, com a taxa de desemprego a fixar-se entre os 28 e os 29%, abaixo do mínimo de 29%, registado no início da série estatística, no segundo trimestre de 2019”, assinalam os analistas.

A taxa de desemprego em Angola é das maiores entre os países africanos, ligeiramente abaixo dos valores registados na Nigéria (33,3%) e da África do Sul (32,9%), de acordo com os dados compilados pela agência de informação financeira Bloomberg.

Impulsionada pelos cinco anos de recessão económica e pelo impacto da pandemia, a taxa subiu para 34%, no terceiro trimestre de 2020 e 2021, e uma média de 32% em 2020 e 2021, abrangendo um terço das pessoas disponíveis para trabalhar.

A situação no mercado de trabalho para os mais jovens, acrescentam os analistas do BFA, é particularmente complicada, embora também mostre melhorias, havendo ao mesmo tempo mais jovens fora do mercado de trabalho, mas provavelmente a estudar.

“A recuperação da economia está a levar a um início da descida mais persistente da taxa de desemprego em Angola”, completa a nota, alertando, no entanto, que a economia do maior produtor de petróleo na África Subsaariana continua marcada pela informalidade.

“A informalidade da economia angolana continua muito relevante. No 3.º trimestre de 2022, por exemplo, o número de pessoas empregadas no mercado informal aumentou 433 mil (+5,0% face ao período homólogo) para 9,1 milhões, representando aproximadamente 80% do total do número de empregados em Angola”, explica a nota do BFA, citando os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

ISTO É NOTÍCIA

Artigos Relacionados