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BFA prevê ligeira aceleração na inflação mensal pelo efeito desfasado da depreciação do kwanza

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O Gabinete de Estudos Económicos do Banco de Fomento Angola (BFA) considera que a inflação mensal angolana vai sofrer uma ligeira aceleração, sobretudo em Dezembro, Janeiro e Fevereiro, “pelo efeito desfasado da depreciação cambial e sazonalidades que se verificam nos mercados financeiros”.

De acordo com a análise do Gabinete de Estudos Económicos do BFA, a que este portal teve acesso, as opções de política monetária do Banco Nacional de Angola (BNA) dependerão sempre do desempenho da inflação, e, em função disso, esta deverá começar a mostrar sinais de parar a sua descida algures no primeiro semestre de 2023, em parte como resultado da depreciação gradual do kwanza e também por conta impacto da inflação importada.

“Na nossa opinião, com a continuação da boa gestão da política monetária por parte do BNA, não é de descartar que o banco central consiga vir a contrariar essa tendência, mas o objectivo da inflação abaixo dos dois dígitos poderá vir a ser atingida mais tarde do que a expectativa do Fundo Monetário Internacional — o FMI aponta para 9.89%, em 2024 —, sendo que a trajectória da inflação manter-se-á em sentido de queda no médio-prazo”, escrevem os analistas do BFA.

Para o BFA, no ano que se avizinha, por exemplo, a previsão indica uma ligeira aceleração dos valores mensais da inflação face à segunda metade de 2022, razão esta que poderá fazer com que a inflação homóloga pare de descer algures entre o primeiro e o segundo trimestre do ano, podendo mesmo voltar a acelerar um pouco, para níveis em torno ou não muito acima dos 14%.

Recordar que, em termos homólogos, o BFA manteve a previsão da inflação nos 14% no final de 2022.

“Ainda assim, com a continuada descida dos valores homólogos da inflação (pelo menos até ao final do primeiro trimestre), acreditamos que o BNA volte ainda a flexibilizar a política monetária já em Janeiro de 2023, a não ser que se registe nova depreciação significativa e/ou um crescimento consistente e significativo dos valores da inflação mensal, o que não antecipamos por enquanto”, concluem.

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