BFA antevê que produção petrolífera angolana se mantenha no vermelho e que o sector não petrolífero estagne após 21 meses em crescimento

A produção petrolífera angolana caiu 6,7% no primeiro semestre do ano em curso, mantendo-se no vermelho, após ter começado o ano em óptimas projecções, avança o Gabinete de Estudos Económicos do Banco de Fomento Angola (BFA).

“A produção petrolífera angolana terá caído 6,7% no primeiro semestre do ano, com base nos dados da OPEP [Organização dos Países Exportadores de Petróleo], o que indica quebra na mesma magnitude do PIB [Produto Interno Bruto] petrolífero”, afirmam os especialistas do BFA, embora reconhecendo que, mais recentemente, a produção tenha começado a subir em termos mensais, tendo em Julho chegado aos 1,17 milhões de barris por dia — o valor mais alto desde Agosto do ano passado.

Os especialistas referem, no entanto, que é notório certas restrições de capacidade e, com base nisso, a produção petrolífera não vai evoluir no segundo semestre deste ano, ao ponto de compensar a perda de 6,7% ocorrida nos primeiros seis meses. Por isso, consideram haver uma contracção no sector, que deverá cair cerca de 5,4%.

O sector não petrolífero, pelo contrário, deverá ter crescido, de Abril a Junho, acima dos 3,1% registados no primeiro trimestre deste ano, porém, deve cair no terceiro e no quarto trimestres deste ano, o que fará com que, no total anual, a previsão do BFA aponte para uma ‘estagnação do crescimento do sector não petrolífero’.

“Ao todo, esperamos que haja uma estagnação no sector não petrolífero, o que é equivalente a dizer que a actividade vai interromper uma sequência de crescimento que vem desde o primeiro trimestre de 2021”, motivada por vários factores, “com destaque para a depreciação da taxa de câmbio — que está a tornar muitos investimentos inviáveis —, para a quebra no consumo e para a contracção real no crescimento do crédito, contribuindo para que na totalidade o PIB contraia perto de 1 a 1,4%”, concluem.