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Benguela, Huíla e Huambo lideraram estatística de mais de três mil crianças que testaram positivo ao VIH-SIDA em 2023

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Num universo de 24.496 crianças testadas para o rastreio de VIH-SIDA, em Luanda, no ano passado, 935 tiveram resultado positivo, de acordo com os dados apresentados recentemente pelo Instituto Nacional de Luta contra o SIDA (INLS), que reporta, igualmente, em termos globais do território nacional, 103.085 testes realizados dos quais 3.055 foram positivos para menores.

A província de Benguela, com 25.625 testes realizados, obteve 218 resultados positivos; a Huíla, com 1.080 testes, obteve 229 positivos, e o Huambo, com 5.391 testes, teve 167 resultados positivos. As três províncias surgem entre as localidades com mais casos registados.

Segundo o director geral-adjunto do INLS, José Van-Dúnem, citado pelo jornal O País, “o número de adultos testados foi de 1,9 milhão, com 47.694 positivos, que correspondendo a 2,5%”, ao passo que os testes realizados em grávidas revelaram, entre 93.698 mulheres testadas, 14.263 casos positivos.

O Relatório Global sobre o VIH/SIDA 2023, lançado no final do ano passado, tal como havia sido reportada por este portal, revela que existem em Angola cerca de 310.000 pessoas a viver com o VIH/SIDA e todos os anos são registadas 15.000 novas infecções e cerca de 13.000 mortes relacionadas com a doença.

Os dados expõem que jovens entre os 15 e os 24 anos são o grupo que regista maior incidência (0,7%), sendo que nas jovens meninas e mulheres é de 1,1%, “quatro vezes superior aos rapazes (0,3%) e ainda mais crítica entre jovens mulheres na categoria população chave (prostitutas)”.

O compromisso de Angola implementar as principais recomendações da Avaliação do Ambiente Jurídico para o VIH/SIDA e o direito à saúde sexual reprodutiva, através do Plano Estratégico Nacional de Resposta ao VIH/SIDA, Hepatites Virais e outros Infecções Transmissíveis Sexualmente 2023- 2026, constam do eixo das preocupações da ONUSIDA.

O Programa Conjunto das Nações Unidas para o Combate do VIH/SIDA destaca o aumento do diagnóstico (40%-93%) e tratamento (34%-79%) entre gestantes seropositivas, entre 2018 e 2022, como “principais progressos” registados por Angola.

Pouco investimento comunitário para a prevenção, estigma e discriminação, poucos recursos para conter a expansão da carga viral e a fraca adesão do tratamento anti-retroviral pela deficiência do apoio social são apontados pela ONUSIDA como principais desafios para Angola.

Para o presidente da ANASO, António Coelho, o país precisa de “resolver os problemas da liderança política, dos dados, que são estimados e não representam a real situação do VIH/SIDA, e dos fundos nacionais para o combate à doença”.

“Se não resolvermos esses problemas não vamos conseguir acabar com a SIDA como um problema de saúde pública até 2030”, salientou o líder associativo.

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