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Antony Blinken “reconhece combate à corrupção em Angola” mas sugere ao governo de João Lourenço mais espaço à sociedade civil e aos media

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O secretário de Estado dos Estados Unidos da América, Antony Blinken, reconheceu, nesta sexta-feira, 26, que “Angola é um país cada vez mais importante”, porém, defendeu mais espaço para a sociedade civil e para a imprensa, apesar de tecer elogios ao combate à corrupção.

“O Presidente João Lourenço é alguém que está a combater a corrupção. Vemos que fez progressos significativos, percebe muito bem o veneno que a corrupção representa para o desenvolvimento e para a criação de oportunidades, e está a dar passos muito concretos para a combater”, afirmou o governante norte-americano, quando respondia à pergunta se considerava o actual Presidente da República mais confiável que o seu antecessor.

Em entrevista ao Africa Report, em Lagos, quando esteve na Nigéria, Antony Blinken defendeu também que o combate à corrupção passa por, “ao mesmo tempo, criar um sistema mais aberto para verdadeiramente combater a corrupção, dando um papel maior e com mais espaço à sociedade civil e aos meios de comunicação social, que têm um papel crítico para expor e combater a corrupção”.

Para Antony Blinken, o Presidente João Lourenço “tem um papel muito importante ao tentar, através da diplomacia, gerir as crises no leste da República Democrática do Congo e no Ruanda, onde o processo estabelecido por este é muito importante para tentar encontrar uma solução diplomática e não através da guerra”.

Por isso, acrescentou, Angola “é um país parceiro cada vez mais importante. Esteve no ano passado na Casa Branca e o Presidente Joe Biden pediu para acompanharmos o processo, e é essa a razão desta visita a Angola”, assinalou o governante norte-americano, no último dia da visita a quatro países africanos, a saber: Cabo Verde, Nigéria, Angola e Costa do Marfim.

Sobre o Corredor do Lobito — um projecto de infra-estrutura ferroviária que atravessa África de Angola à Tanzânia, passando pela Zâmbia —, Blinken disse que “é muito importante para África ter este projecto, não só por facilitar o transporte e a comunicação, mas também porque potencia o mercado interno”, nomeadamente no contexto da implementação do acordo de livre comércio no continente.

“Falta a África explorar o mercado interno. É uma oportunidade que falta concretizar, porque os países africanos fazem mais trocas comerciais com o mercado externo do que entre eles próprios, e, com as infra-estruturas necessárias, haverá um crescimento económico muito maior no futuro”, concluiu o governante na entrevista ao Africa Report.

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