ANPG revela que quase metade dos poços petrolíferos em Angola se encontram fechados devido a avarias técnicas e ao esgotamento de reservas
Cerca de 45% dos 1 630 poços de petróleo perfurados em Angola estão fechados, embora nem todos definitivamente abandonados, revelou, na segunda-feira, 17, a administradora executiva da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), Ana Miala.
A responsável, que falava à imprensa em Luanda, disse que há distribuídos pelas várias concessões petrolíferas 760 poços fechados por avarias mecânicas, problemas técnicos ou esgotamento de reservas, dos quais apenas 70 são on shore.
Alguns destes poços vão ser abandonados definitivamente por terem esgotado as reservas, enquanto outros vão ser reabertos assim que houver oportunidade, acrescentou Ana Miala, à margem de um encontro com jornalistas durante o qual se apresentou um balanço das actividades da concessionária nacional e apontadas perspectivas para os próximos anos.
A administradora executiva da ANPG sublinhou que “há muito trabalho a ser feito” para melhorar a atracção do investimento para o sector petrolífero angolano, entre os quais um projecto de produção incremental que vai permitir aos operadores aumentarem os investimentos para maximizarem a produção.
“O projecto de produção incremental vai dar esta oportunidade aos operadores voltarem a investir nos poços”, adiantou, explicando que o mesmo envolve também alterações quanto às condições de partilha entre o Estado e o grupo investidor.
Questionada sobre como estão a ser usados os fundos de abandono, aqueles destinados ao desmantelamento dos poços que chegaram ao fim da sua vida útil, a responsável frisou que ainda não houve nenhum abandono definitivo de poços, o que quer dizer que estes fundos ainda não estão a ser utilizados.
“Mas há previsão de começarmos a abandonar definitivamente alguns poços nalgumas concessões”, avançou Ana Miala, esclarecendo que “só se pode mexer nos fundos de abandono quando a concessão tiver um plano de abandono definitivo aprovado pelo Estado.
“Só se submete um plano final de abandono quando a concessão é para encerrar”, acrescentou, admitindo que “existe necessidade de diminuir o número de poços fechados temporariamente e fechá-los definitivamente”.
Os fundos de abandono são recursos financeiros depositados pelas operadoras em nome dos grupos empreiteiros dos blocos petrolíferos em contas de garantia da concessionária nacional de petróleo e gás, para serem utilizados futuramente no desmantelamento de campos petrolíferos.
O presidente da ANPG, Paulo Jerónimo, indicou, recentemente, que o fundo conta neste momento com cerca de 5,5 mil milhões de dólares norte-americanos depositados em contas garantias e cerca de 800 milhões de dólares em títulos.