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Angola prevê emitir dívida soberana no valor de 2,8 mil milhões de dólares até ao final deste mês

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A ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, anunciou, nesta quinta-feira, 24, que o país pode emitir dívida pública “a qualquer momento”, dependendo da evolução dos mercados, tendo garantido “tranquilidade” na análise da situação financeira internacional.

No plano de endividamento, disponível no site das Finanças desde 8 de Fevereiro, Angola prevê captar 10,74 milhões de dólares este ano, dos quais até 2,8 mil milhões de dólares estão previstos ser angariados nos mercados internacionais através da emissão de dívida em moeda estrangeira (Eurobonds).

“Estamos a olhar para tudo com tranquilidade”, disse a titular da pasta das Finanças, em declarações à agência de informação financeira Bloomberg, acrescentando que a janela para emissão de dívida pública internacional “pode aparecer a qualquer momento”.

As declarações da ministra surgem no seguimento da apresentação do Plano Nacional de Endividamento, que prevê a emissão de dívida soberana até ao final deste mês, num valor indicativo de 2,8 mil milhões de dólares norte-americanos.

Por outro lado, a nível interno, Angola prevê endividar-se em 4,76 mil milhões de dólares norte-americanos, divididos em 320 milhões de dólares em dívida contratual e 4,44 mil milhões de dólares em dívida titulada.

Para “mitigar os riscos inerentes à dívida”, o governo prevê “priorizar os financiamentos concessionais, privilegiar os instrumentos de médio e longo prazos, limitar as concessões de garantias públicas, possibilidade de realizar resgates antecipados dos títulos indexados, redução do stock dos títulos indexados e da dívida garantida com petróleo e a suavização dos vencimentos da dívida externa, através do processo de reestruturação preventiva”.

Entre os principais constrangimentos, o Plano de Endividamento aponta o “considerável comprometimento das receitas fiscais no pagamento do serviço da dívida governamental, a dificuldade de captação de recursos em consequência da actual política monetária contracionista, a preferência dos principais investidores do mercado interno (bancos comerciais) em alocar a sua liquidez nos leilões de divisas, e a dificuldade em obter novos financiamentos devido à exposição ao risco do país”.

O governo prevê chegar ao final deste ano com a dívida pública nos 73% do PIB, reduzindo em 12 pontos percentuais o rácio da dívida face ao PIB, que deverá ter fechado nos 85% em 2021.

*Com a LUSA

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