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Angola é o país africano que mais beneficiou do empréstimo chinês nos últimos 20 anos

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Angola é o país africano que mais empréstimos recebeu da China nos últimos 20 anos. Os dados, citados pela Lusa, foram avançados pela Chatham House, uma organização não-governamental sem fins lucrativos, com sede em Londres, que tem como missão a análise do conhecimento e a promoção de uma melhor compreensão dos principais temas políticos internacionais.

A organização rendeira do antigo Royal Institute of International Affairs (Instituto Real de Assuntos Internacionais em português) — que publicou recentemente um estudo no qual analisa a dívida de sete países africanos em detalhe, incluindo a de Angola — dá conta que foram mais de 42 mil milhões de dólares o valor do empréstimo chinês concedido ao Estado angolano.

De acordo com o estudo, a dívida angolana à China ultrapassa, de longe, os 13,7 mil milhões de dólares da Etiópia, os 9,8 mil milhões da Zâmbia, assim como os 9,2 mil milhões do Quénia. Ao todo, os países africanos devem 696 mil milhões de dólares norte-americanos, sendo 12% deste valor sido disponibilizado por credores chineses.

O valor do endividamento do continente africano à China representa um aumento de cinco vezes face ao início do milénio, quando os Estados Unidos, a União Europeia e o Japão eram os maiores credores dos países africanos; o que leva a que o instituto britânico aponte que a dívida dos países africanos deva ser encarada como “uma prioridade global”.

Em relação ao caso concreto de Angola, o estudo da Chatham House aponta que o pagamento, o alívio e o cancelamento da dívida continua a ser uma prioridade para o governo de João Lourenço neste segundo mandato, que começou em Setembro de 2022, tal como diversificar as parcerias externas para além da sobredependência da China.

Para o estudo, o rácio da dívida de Angola sobre o Produto Interno Bruto (PIB) tem melhorado nos últimos semestres, essencialmente, devido à apreciação do kwanza e ao crescimento da economia, melhorando de 130% em 2020 para 86,4% em 2021, e caindo novamente para 56,6% em 2022.

Mas o custo do serviço da dívida deverá ser de perto de 13 mil milhões de dólares em 2022, dos quais 38% referem-se a dívida externa, salienta o estudo da Chatham House.

*Com a Lusa/DW

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