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África. Lançado projecto para “fazer justiça à história” da libertação dos países lusófonos

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A cidade de São Tomé acolheu na última quinta-feira, 11, o lançamento do Projecto de Elaboração da História da Luta de Libertação Nacional dos Países Africanos de Língua Portuguesa, na parte referente a São Tomé e Principe.

O desafio lançado há cerca de quatro anos pelo antigo Presidente de Cabo Verde, Pedro Pire, e o Presidente angolano deu mais um passo com vista à sua concretização, mas ainda tem muitos desafios à sua frente.

O projecto decorre em simultâneo em todos os países africanos de língua portuguesa, com vista à produção de três volumes de um livro sobre a história da luta de libertação nos cinco países africanos de língua Portuguesa.

“O primeiro volume refere-se às características das sociedades africanas no último quartel do século IXX até 1945. O segundo volume fará referência a luta de libertação nacional e o terceiro volume será as transições para as independências”, revelou Nazaré de Ceita, Coordenadora do grupo de historiadores são-tomenses que participam no projecto, dando conta do trabalho de investigação, de diálogo oral e cruzamento de fontes de informação em curso junto a instituições e personalidades portuguesas e dos países lusófonos em África.

Entretanto, perante o desaparecimento físico de diversos nacionalistas dos processos de luta de libertação, o historiador Carlos Neves apela à celeridade na concretização deste projecto.

“É preciso alertar a nação, o país, para certos valores, e isto só pode ser feito através do estudo do nosso passado e da nossa história”, disse Neves criticando os que apregoam que a independência foi um erro.

Por seu lado, o ex-Presidente são-tomense e um dos nacionalistas da luta de libertação, Miguel Trovoada, alerta para que a história não seja contada à metade, desvalorizando os depoimentos que fazem crer que as lutas pela independência começaram com a revolução de 25 de abril de 1974 em Portugal.

“Felicito a iniciativa, que ela avance, mas de uma forma holística, objetiva e que se faça justiça à história”, apelou Miguel Trovoada, um dos fundadores do Comité de Libertação de São Tomé e Príncipe, CLSTP, criado no inicio dos anos de 1960.

A produção literária da historia da luta de libertação de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe é uma iniciativa do antigo Presidente cabo-verdiano, Pedro Pires, e do chefe de Estado angolano, João Lourenço, que visa a preservação do legado dos promotores da independência das antigas colónias de Portugal em África.

VOZ DA AMÉRICA

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