ACJ defende em encontro com JLo “consensos democráticos” em relação às propostas de alteração ao pacote legislativo eleitoral
O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, defendeu, nesta terça-feira, 13, à saída de uma audiência com o Presidente da República, na Cidade Alta, a necessidade de o país encontrar “consensos democráticos” e “pontes de diálogo” que possam salvaguardar o interesse do país em relação às questões eleitorais em discussão na Assembleia Nacional.
“Nós abordámos com profundidade esta realidade, partilhámos a preocupação que existe em nós e, creio, na maior parte da sociedade, relativamente às propostas que, de algum modo, o MPLA levou à Assembleia e nós pensamos que Angola precisa de consensos democráticos”, ressaltou Adalberto Costa Júnior, à saída do encontro.
As propostas de alterações das leis eleitorais, da iniciativa do governo, estão em apreciação no Parlamento, e têm levantado muitas discussões, sobretudo por conta da eliminação das ‘actas-síntese’ nas assembleias de voto e da votação apenas com o Bilhete de Identidade, sem o cartão de eleitor.
O presidente da UNITA, cujo partido também deu entrada a projectos de alteração do pacote legislativo eleitoral, espera que seja possível “encontrar [nos debates na especialidade] um consenso que traga a democracia, a pluralidade a transparência das propostas eleitorais”.
Adalberto Costa Júnior foi recebido quase tês anos depois do último encontro, e, à semelhança da anterior, a audiência foi uma iniciativa do seu partido e durou duas horas, tempo suficiente para “perceber que houve uma abertura ao debate”. No entanto, o líder da UNITA afirma que basta esta abertura ou o tempo dispensado.
“Nós todos estamos esperançosos que não tenha sido um debate em vão, que este tempo de partilha possa ajudar-nos a melhorar as abordagens, porque não são as palavras, são os actos que fazem a diferença”, afirmou, acrescentando que “só os actos é que vão demonstrar se houve ou não condição de mudar”.
Adalberto Costa Júnior entende, igualmente, que o ambiente político que o país tem vivido “obriga a procura de espaços de diálogo, de desanuviamento das realidades, da busca de consensos ligados àquilo que hoje preocupa muito o país”, nomeadamente as questões eleitorais.
Apesar disso, Adalberto Costa Júnior não descarta a esperança de que, na Assembleia Nacional, se encontre consenso político, “que traga a democracia, a pluralidade a transparência das propostas eleitorais”.
“Nós cumprimos uma obrigação que é nossa. A nós compete-nos fazer as pontes ao diálogo sempre que necessário e, de facto, nunca tivemos grandes dificuldades em fazer solicitação de audiências”, referiu, para justificar o pedido de audiência ao Presidente João Lourenço.