Vandalismo deixa sem electricidade grande parte de Benguela e do Kwanza-Sul. Governo fala em prejuízos de 50 milhões USD
A vandalização de cinco torres de alta tensão deixou, nesta terça-feira, 16, mais de 300 mil famílias sem electricidade nas províncias do Kwanza-Sul e de Benguela, avançou o governo, que relatou perdas financeiras de mais de 50 milhões de dólares norte-americanos.
O acto de vandalismo foi registado na tarde desta terça-feira, 16, no Sumbe, capital do Kwanza-Sul, nas imediações do Instituto Nacional de Petróleos e foi causado pela remoção de parafusos e cantoneiras das referidas infra-estruturas que transportam energia para o litoral da província de Benguela.
Em declarações à imprensa, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, lamentou o sucedido, referindo que centenas de milhares de famílias nestas duas regiões estão sem energia desde a destruição.
“Estamos a fazer tudo para que hoje [quarta-feira] até ao final do dia tenhamos já normalizado o abastecimento de energia a Benguela e também de água, porque com a falta de energia temos o sistema de tratamento de água parado”, esclareceu o ministro, em declarações à Televisão Pública de Angola (TPA), em Benguela.
João Baptista Borges disse que o problema da vandalização vem sendo denunciado há vários anos, com “manifestações de preocupação por parte do executivo”.
“Creio que hoje há uma noção também por parte da população daquilo que têm sido os prejuízos que são causados aos bens públicos, e neste caso estamos a falar dos sistemas de transporte e distribuição de energia, investimentos que são bastante caros e que temos estado a sofrer as consequências desses actos”, referiu.
O governante revelou que “até este momento foram calculadas perdas financeiras de mais de 50 milhões de dólares norte-americanos, no que se refere ao investimento necessário para a reposição dos danos causados”.
A ENDE – Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade condenou a acção praticada por indivíduos ainda não identificados, “considerando como um acto de sabotagem, por ser recorrente, causando constrangimentos na distribuição de electricidade, comprometendo a segurança, bem-estar das famílias e estabilidade do sistema eléctrico, gerando elevados prejuízos para a empresa, que só neste ano, em termos monetários, já ultrapassam os 400 milhões kz”.
“A ENDE apela à população maior colaboração, denunciando às autoridades qualquer movimento suspeito junto das infra-estruturas, bem como garante estarem em curso trabalhos para a reposição dos serviços”, lê-se na nota de imprensa, acrescentando que “só em Novembro foram registadas várias ocorrências de vandalismo em postos de alta e média tensão, nas províncias do Bengo, Benguela, Luanda e Cunene.
Este ano, a Assembleia Nacional aprovou a Lei dos Crimes de Vandalismo de Bens e Serviços Públicos, cuja pena máxima atinge os 25 anos de prisão.