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Vera Daves assegura que receita não petrolífera já é suficiente para pagar dívida interna e salários

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A ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, assegurou que as receitas não petrolíferas têm aumentado significativamente ano após ano, razão pela qual, actualmente, já é possível garantir o pagamento da dívida interna e os salários da função pública apenas por esta via.

De acordo com a titular da pasta das Finanças, em entrevista ao programa ‘Café da Manhã’, da rádio Luanda Antena Comercial (LAC), na terça-feira, 7, as receitas não petrolíferas contribuem agora com cerca de 40% no peso total das receitas fiscais totais.

“Obviamente, vamos continuar a trabalhar para que seja 50/50 e que depois passe a 60/40, mas o que nos anima é que com as receitas não petrolíferas já conseguimos fazer face à folha salarial do mês e ao serviço da dívida interna”, afirmou.

“A dificuldade está no timing que por vezes faz com que a gestão de tesouraria seja desafiante, mas a receita não petrolífera já é suficiente para pagar a dívida interna e os salários, sendo que nos meses em que todos pagam na data certa, todo o resto bate também nos timings certos”, esclareceu Vera Daves.

A titular da pasta das Finanças disse que “o desafio do seu ministério será continuar a diversificar a economia, alargar a base tributária, apostar no crescimento contínuo do PIB, a fim de que as receitas não petrolíferas possam também cobrir uma boa parte das despesas em bens e serviços”.

Questionada sobre as recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI), no sentido de o executivo apostar numa governação mais transparente, Vera Daves de Sousa garantiu que Angola está a fazer o seu caminho neste quesito, apesar de ter reconhecido que é sempre possível fazer-se mais.

“Já fizemos bastante ao nível daquilo que são os principais documentos que reportam a actividade governativa como a Conta Geral do Estado, os Relatórios de Execução Orçamental, que contém cada vez mais detalhes; não apenas com números genéricos, mas também de realização de despesa sobre fundos públicos, despesas com a Covid-19, participações do Estado, enfim, é um documento massudo”, sublinhou.

Em relação às grandes dificuldades na gestão das empresas públicas, a governante disse que é necessário que estas estejam no seu melhor, demonstrando compromisso e respeito pelo dinheiro dos contribuintes.

“Cada um tem que fazer a sua parte, não só na forma como gerimos, mas também na forma como reportamos o que estamos a gerir, de [tal] modo que este é um exercício que temos feito através do IGAPE [Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado] e vamos continuar a fazer para assegurar que todas as empresas públicas reportem em tempo, sejam bem geridas, que os gestores tenham o perfil certo e que elas dêem lucro”, pontuou.

“Estamos a progredir. Saímos de um cenário de grandes perdas nas empresas públicas na ordem de quase 1,2 biliões de kwanzas para ganhos de 3,5 biliões, mas temos que continuar a trabalhar para esses resultados serem ainda melhores”, regozijou-se a ministra das Finanças.

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