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Venda de divisas do Tesouro à banca cai 11% para 822,4 milhões USD e ‘confirma-se’ a reclamação de Fernando Teles sobre alegado ostracismo ao BIC

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A venda de divisas do Tesouro Nacional à banca caiu 11% no primeiro semestre deste ano, face ao período homólogo, passando de 924,5 milhões de dólares norte-americanos para 822,4 milhões. Entre os beneficiários, não consta o Banco BIC, instituição financeira bancária que estaria a ser alvo de “ostracismo”, de acordo com um dos seus accionistas, o banqueiro Fernando Teles.

Cálculos feitos pelo jornal económico Expansão, com base nos dados do Ministério das Finanças (Minfin), apontam que os bancos comerciais compraram ao Tesouro Nacional menos 102,1 milhões USD durante o período em análise — uma redução que se deveu, principalmente, à redução das receitas fiscais, que caíram 14% para 4 665,0 milhões USD nos primeiros seis meses do ano em curso.

Os números do Ministério das Finanças apontam que o Tesouro vendeu divisas exclusivamente aos bancos, ao contrário do que ocorreu, por exemplo, no segundo semestre de 2024, quando o Banco Nacional de Angola (BNA) comprou 678,0 milhões USD ao Tesouro.

Assim, entre Janeiro e Junho deste ano, 13 bancos tiveram acesso a divisas vendidas pelo Tesouro, com destaque para as instituições bancárias com maior quota de mercado, ou seja, aquelas instituições financeiras que possuem a maior participação em termos de activos, clientes, empréstimos, ou outros indicadores relevantes do mercado.

O Banco Angolano de Investimentos (BAI) foi o que comprou mais divisas ao Tesouro, adquirindo 338 milhões USD, o equivalente a 41% do total.

Seguiu-se o Banco de Fomento Angolano (BFA), que comprou 167 milhões USD, 20% do total, e o Standard Bank Angola (SBA), que fechou o pódio com 15% do valor global, ao adquirir 122,9 milhões USD.

O Banco Internacional de Comércio (BIC), que hoje é o detentor da segunda maior carteira de crédito da banca, não consta da lista dos bancos que tiveram acesso às divisas vendidas pelo Tesouro, reforçando as declarações de um dos seus accionistas, Fernando Teles, que recentemente, em entrevista ao Expansão, revelou que o BIC está a ser “ostracizado”, ou seja, excluído do acesso à moeda estrangeira.

“A verdade é que estão a ostracizar o Banco BIC. De Janeiro a Março, não nos venderam divisas três meses seguidos. Não é possível um banco que é líder de mercado, o [segundo] banco que mais crédito concede à economia, que tem mais agências, que tem 2 150 trabalhadores, não poder ir ao mercado e comprar divisas”, reclamou na ocasião.

*Com o jornal Expansão

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