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UNITEL agita bolsa angolana com a dispersão de 30% do capital que detém no BFA

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A UNITEL, accionista maioritária do Banco de Fomento Angola (BFA) com 51% do capital social, revelou que vai disponibilizar em bolsa 30% de sua participação na instituição bancária. A operação vai ser a maior já realizada na Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) e está prevista para Setembro.

A informação foi avançada nesta quarta-feira, 20, em Luanda, pelo presidente do Conselho de Administração do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), Álvaro Fernão, durante a apresentação do ponto de situação do Programa de Privatizações (PROPRIV) 2023-2026.

“Estaremos todos convidados a investir, a comprar acções do BFA já agora em Setembro”, referiu Álvaro Fernão, sublinhando que “é a maior operação que já tivemos em bolsa, e esperamos uma forte adesão de investidores institucionais e particulares”.

O responsável salientou que será “uma oferta grande”, contando que isso eleve a possibilidade de participação na compra deste activo de investidores institucionais e particulares.

“Estamos à espera de uma grande operação. É a maior que já tivemos e vamos ver que, em fim de Setembro, poderemos dizer quanto é que nós conseguimos arrecadar”, realçou, destacando que vai ser privatizado quase 30% do capital social do BFA, sendo 15% da UNITEL e cerca de 14,6% do BPI.

O Estado detém, indirectamente, 51,9% das acções do BFA, através da operadora de telecomunicações UNITEL, e o restante 48,1% do capital do banco pertence ao grupo português BPI, que já tentou anteriormente reduzir a sua participação.

O presidente do IGAPE afirmou durante o evento que foram analisados os resultados do primeiro semestre deste ano, e que se perspectiva, até 2026, uma estratégia de mitigação sobre os incumprimentos operacionais e financeiros, com vista a “dar mais alívio às empresas e poder garantir o normal funcionamento delas”.

De acordo com Álvaro Fernão, foram alcançados os objectivos no primeiro semestre do ano em curso, com a privatização de quatro grandes activos antes detidas pelos generais Dino e Kopelipa, nomeadamente a fábrica de cimento CIF, por 180 mil milhões de kwanzas; da unidade de montagem de automóveis na Zona Económica Especial, bem como da cervejeira.

“São três grandes activos, mais um supermercado, no Zamba III, que perfazem um valor de cerca de 200 mil milhões de kwanzas”, assinalou Álvaro Fernão, referindo que alguns desses activos estão ainda em período de arranque, como a fábrica de automóveis, com previsão para Novembro deste ano.

Em relação aos incumprimentos, o presidente do IGAPE disse que a estratégia de mitigação “visa melhorar a relação com os adjudicatários, fazer compensações, negociações de prazos e garantir uma almofada operacional e financeira” para os mesmos.

“As causas dos incumprimentos são de ordem financeira, muitas delas contratuais também, portanto, nós temos que dar folga na negociação dos prazos. Temos que renegociar alguns termos e garantir sobretudo o funcionamento dessas unidades que devem estar ao serviço da economia”, comentou.

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