UNITA diz que Man Genas teme envenenamento alimentar e denuncia falta de assistência médica à mulher
O cidadão angolano Gerson Emanuel Quintas, conhecido como ‘Man-Genas’ — que se encontra sob custódia das autoridades moçambicanas com a família, por ter denunciado um alegado sindicato narcotráfico ligado a altas patentes policiais angolanas — teme que venha a ser vítima de envenenamento alimentar e acusa as autoridades sanitárias de Moçambique de não aceitarem cuidar da sua esposa gestante há mais de um mês, denunciou, nesta quarta-feira, 5, o Grupo Parlamentar da UNITA (GPU).
O grupo de deputados do maior partido na oposição esteve em Moçambique para interceder junto das autoridades daquele pela protecção e liberdade de Man Genas e sua família, a cuja esposa, que se encontra em estado crítico de gestação, tem sido negada assistência médica há mais de um mês.
Em conferência de imprensa, realizada em Luanda, o chefe da delegação parlamentar da UNITA, que esteve no solo moçambicano de 21 a 26 de Março, Olívio Kilumbo, apresentou o relatório da visita, tendo referido que o estado de saúde de ‘Man Genas’ é débil e carece de cuidados.
“O Man Genas teme ser vítima de envenenamento alimentar. A esposa, em estado de gestação, teme pela sua vida durante o parto previsto para muito breve, avançou o deputado.
O relatório apresentado confirma as informações já avançadas pela imprensa, dando conta do impedimento a que os deputados alvos de contactarem directamente o cidadão e a sua família aí retidos, tendo a interacção sido possível apenas por via telefónica.
Os deputados da UNITA disseram ter sido recebidos pelo embaixador de Angola, em Moçambique, José João Manuel, para saber da situação jurídico-legal e humanitária de Gelson Emanuel Quintas, sua mulher e filhos.
Segundo os mesmos, mantiveram também um encontro com o Serviço Nacional de Migração (SENAMI) moçambicano, ao qual solicitaram esclarecimentos sobre a situação dos angolanos naquele país, “mas não houve disponibilidade por parte dos responsáveis máximos”.
Os parlamentares recomendaram aos ministérios das Relações Exteriores, do Interior e da Saúde da República de Angola, em concertação com os ministérios homólogos de Moçambique, o asseguramento e garantias de condições de asilo, segurança e assistência médica à família de ‘Man Genas’.
A UNITA exige à Procuradoria-Geral da República (PGR) angolana, no quadro dos acordos judiciários entre os dois Estados, que investigue e apure as denúncias feitas pelo cidadão e que as organizações dos direitos humanos e a Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos se mobilizem para chamar atenção sobre a “gravidade” da situação do cidadão angolano e família.