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Trabalhadores da EPAL convocam greve nacional a partir desta quinta-feira

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Os trabalhadores da Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL), filiados na Central Geral de Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA), anunciaram, esta terça-feira, 21, uma greve geral por tempo indeterminado, a partir de quinta-feira, 23, para exigirem a satisfação do caderno reivindicativo apresentado em 2019. O anúncio foi feito pelo primeiro secretário sindical da EPAL, António Martins.

Segundo o sindicalista, que falava à imprensa, estão em causa o pagamento regular dos salários, a falta de condições de trabalho, a falta de assistência médica e o seguro obrigatório contra acidentes de trabalho e doenças profissionais.

Durante a paralisação, serão garantidos o funcionamento das áreas de captação, tratamento e distribuição de água. No entanto, os trabalhos administrativos e comerciais “permanecerão fechados [para o entendimento público]”.

António Martins, que acusou a entidade patronal de desviar a imobiliária construída e financiada pelos funcionários, denunciou a distribuição de residências a pessoas alheias à empresa, tudo porque membros da direcção da EPAL têm dado outro destino aos bens imóveis afectos a um projecto habitacional desenhado para os trabalhadores.

“Verificamos também desvios da imobiliária [que] foi constituída e financiada pelos trabalhadores, mas que ao longo do tempo as casas estão a ser cedidas a pessoas amigas e parentes de indivíduos afectos à direcção da empresa”, acusou António Martins.

“Há também a existência de um software que propicia furtos e fraudes financeiras. Temos ouvido muitos casos de roubos, porque o empregador reconhece que o nosso software está há mais de dez anos desactualizado, mas sentimos que nada faz para substituir ou actualizá-lo”, lamentou o secretário.

António Martins fez saber que a EPAL tem enfrentado uma insuficiência de produtos químicos para o tratamento de água, “o que periga a vida humana dos cidadãos e citadinos desta urbe”.

O responsável denunciou ainda a existência de trabalhadores com idade de reforma que se sentem obrigados a fazer um trabalho que é industrial e, que pela sua natureza, são necessários quadros mais novos, mas que, por falta de pagamento no INSS, são obrigados a continuar a trabalhar.

“Temos trabalhadores que têm a capacidade física e psíquica reduzida, mas que [pelo facto] da empresa não efectuar o devido depósito, os trabalhadores continuam a trabalhar” mesmo estando com a capacidade física e psicológica reduzida”, acrescentou.

O líder sindical lembrou que o presidente do Conselho de Administração (PCA) da EPAL morreu em Agosto do corrente ano, mas que a empresa continua sem um novo presidente, o que faz com que se agravem ainda mais as preocupações dos funcionários, porque os administradores dizem não poder atender à situação por não terem “legitimidade”.

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