Taxistas anunciam paralisação das actividades em sete das principais praças do país para os dias 28, 29 e 30 de Julho
As associações e cooperativas de taxistas oficializaram, nesta segunda-feira, 21, uma paralisação de três dias dos serviços de táxi nas sete principais praças do país, incluindo a capital do país. Organizadores da iniciativa contam com uma adesão de mais de 60 mil profissionais do volante e apontam a subida do preço do gasóleo como estando no epicentro das suas reivindicações.
De acordo com um comunicado conjunto — assinado pela Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA), Associação dos Taxistas de Angola (ATA), Associação dos Taxistas e Lotadores de Angola (ATLA) e pelas Cooperativa dos Taxistas e Motociclistas Freitas (CTMF), Cooperativa de Transporte Carlos Sinangui (CTCS) e Cooperativa de Transportes (2PN) —, a decisão de paralisar deve-se aos constrangimentos provenientes da subida do preço do gasóleo e, consequentemente, das tarifas dos transportes públicos.
Em causa estão as novas tarifas para os transportes públicos colectivos urbanos rodoviários de passageiros (300 kwanzas para táxis e 200 kwanzas para autocarros públicos), ajustados depois do aumento, no início deste mês, do preço do gasóleo, que passou de 300 para 400 kwanzas por litro, no âmbito da retirada gradual pelo governo do subsídio aos combustíveis, iniciada em 2023.
No comunicado, os taxistas sublinham que passaram mais de 15 dias sem o governo “ouvir o grito de socorro da classe”, por isso decidiram paralisar os serviços de táxi nos dias 28, 29 e 30 deste mês.
Em declarações ao !STO É NOTÍCIA, António Freitas disse que os taxistas estão preocupados com o aumento das peças de manutenção e a remoção de paragens de embarque e desembarque, feita sem aviso prévio às associações por parte das administrações municipais e da Polícia Nacional, bem como com a falta de vontade do executivo em formalizar a actividade de táxi em Angola.
A classe está também insatisfeita com “a falta de consideração” pelas lideranças dos taxistas nas tomadas de decisões por parte do executivo, e pretende a valorização desta actividade com emissões de carteiras profissionais.
Segundo os taxistas, a paralisação vai estender-se, além de Luanda, às províncias de Benguela, Huíla, Huambo, Bié, Bengo e Icolo e Bengo.
Os promotores da paralisação defendem que, como um grupo de pressão, as suas reivindicações serão ouvidas, pois o principal motivo da manifestação é obrigar o executivo a recuar na medida.
António Freitas lamentou o facto de o governo não ter-se reunido com as associações e cooperativas. A decisão, explicou, foi em contramão aos encontros que mantiveram com distintos membros do executivo, “o que gerou alguns constrangimentos como linhas curtas e alterações nos preços de algumas peças”.
“A medida do aumento da tarifa de táxi para 300 kwanzas, tomada unilateralmente, não foi a mais acertada. Eles publicaram o documento no final de um domingo, sem nos contactarem. Fomos apanhados de surpresa. Agora as pessoas estão confusas. Há taxistas fazendo linhas curtas e comerciantes alterando os preços das peças, porque não houve um encontro para definir as estratégias”, referiu.
Para esta paralisação, os organizadores estão a contar com a adesão de mais de 60 mil taxistas, que anuíram à mobilização feita nos últimos dias.
O responsável da Cooperativa dos Taxistas e Motociclistas assegurou que “os taxistas estão unidos, vão continuar a lutar e desejam que esta paralisação faça o governo repensar a decisão”.