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Sudão. Número de mortos em ataque das FAR aumenta para 114

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O primeiro-ministro do Sudão, Kamil Idris, acusou hoje o grupo para-militar Forças de Apoio Rápido (FAR) de cometer um “crime de guerra” ao bombardear na quinta-feira o sul do país, matando pelo menos 114 pessoas, incluindo crianças.

“Kamil Idris classificou o bombardeamento de uma creche e de um hospital na localidade de Kalogi, no estado de Kordofan do Sul, perpetrado pelas FAR, como um ato bárbaro e selvagem”, indica um comunicado de imprensa do gabinete do primeiro-ministro, hoje divulgado.

Idris afirma que o ataque “constitui um crime de guerra em toda a sua extensão e confirma que a milícia cumpre todos os critérios para ser classificada como organização terrorista que ataca civis, incluindo crianças em idade pré-escolar”.

Este sábado, o governo do estado de Kordofan do Sul elevou o número de mortos para 114 e de feridos para 71, após o ataque de quinta-feira, com drones, contra uma creche e várias instalações civis na cidade de Kalogi.

Num comunicado, explicou que o aumento do total de vítimas se deveu ao estado grave de alguns dos feridos, que acabaram por morrer, e também ao facto de algumas famílias terem evitado levar os seus familiares feridos ao hospital, por este também ter sido atacado.

O primeiro-ministro sudanês apelou às organizações internacionais e de direitos humanos para que “condenem este incidente atroz, sem precedentes e desumano, perpetrado pela milícia rebelde e por aqueles que a apoiam, financiam e treinam”.

Os ataques em Kordofan intensificaram-se nos últimos meses, onde o exército sudanês controla a maior parte de dois dos três estados da região: Kordofan do Norte e Kordofan do Sul, enquanto as FAR e o seu aliado SPLM-N estão presentes em quase toda a região de Kordofan Ocidental.

A guerra no Sudão causou a morte de dezenas de milhares de pessoas e transformou o país no palco da pior crise humanitária do planeta, com mais de treze milhões de deslocados internos e externos e insegurança alimentar aguda que afecta mais da metade da população, segundo a ONU.

LUSA

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