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Standard & Poor’s coloca rating de Angola abaixo da linha de recomendação de investimento

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A agência de notação financeira Standard & Poor’s (S&P) decidiu, nesta segunda-feira, 17, manter o rating de Angola em B-, com perspectiva de evolução estável, decorrente das das grandes necessidades de financiamento.

“O nosso rating de Angola é condicionado pelo baixo PIB [Produto Interno Bruto] per capita, pela elevada dependência do petróleo e por um quadro institucional fraco, embora em melhoria gradual; estes factores mantêm o país altamente susceptível a choques externos e à dinâmica global do sector petrolífero e resultam numa inflação estruturalmente elevada e em finanças públicas relativamente fracas”, escrevem os analistas na nota que dá conta da decisão.

A medida da Standard & Poor’s mantém a qualidade do crédito soberano angolano em B-, abaixo da recomendação de investimento.

No anúncio da decisão, a S&P afirma que “as pressões de liquidez a curto prazo diminuíram em grande parte, depois de o governo ter reduzido a dívida externa pendente em 4 mil milhões de dólares norte-americanos em 2024”.

No entanto, a agência de notação financeira considera que “a derrapagem fiscal, a susceptibilidade a choques externos — particularmente um choque do preço do petróleo e a elevada dolarização da economia —, representam um risco persistente”.

O serviço da dívida, apesar de estar a reduzir-se, continua a ser um problema para a economia angolana, devido ao “elevado e dispendioso serviço”, a que se juntam os gastos com os subsídios aos combustíveis e o “rápido aumento dos custos salariais”.

A S&P antevê que a economia cresça em média 2,7% até 2028, “apoiada por volumes de produção de petróleo razoavelmente estáveis, juntamente com a melhoria da actividade do sector não petrolífero”.

Aquela instituição financeira prevê também que o défice orçamental — que o governo previa ser de 0,02% no ano passado, mas que terminou nos 1,2% —, vá crescer para 1,5%, devido aos aumentos salariais e dos gastos com os combustíveis.

Quanto ao crescimento da economia, a S&P estima que Angola vá crescer 2,5% este ano, quase metade dos 4,7% registados em 2024, e depois estabilize nos 2,8% até 2028.

Recorde-se que, no final de 2024, a Moody’s, uma das três maiores agências de notação financeira do mundo, juntamente com a S&P e a Fitch Rating, piorou a perspectiva de evolução da economia angolana, de positiva para estável, mantendo o rating em B3, isto é, igualmente abaixo da linha de recomendação de investimento, devido ao abrandamento da consolidação orçamental e à elevada dívida pública.

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