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Standard & Poor’s antevê crescimento do PIB de 0,9% em 2023 e inflação nos 13%. Rating de Angola continua abaixo do nível de recomendação de investimento

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A agência de notação financeira norte-americana Standard & Poor’s (S&P) prevê que Angola chegue ao final deste ano com uma inflação média de 13%, descendo para 10% no ano que vem, com o crescimento económico a travar em 0,9% este ano.

“A quebra da moeda e menor oferta de moeda externa vai provavelmente também levar a uma subida da inflação e pesar no crescimento”, escrevem os analistas numa nota divulgada na última sexta-feira, 18, na qual mantiveram o rating em B-, com perspectiva Estável.

“A persistente tendência de descida da inflação vista entre 2022 e Março de 2023 acabou com os preços a subirem para 12,12% em Julho, depois de se terem mantido estáveis à volta dos 10,7% de Março a Maio”, aponta a S&P.

A agência de notação financeira manteve o rating de Angola, descendo o crescimento para 0,9% este ano e antevendo uma forte subida da dívida pública para 93% do Produto Interno Bruto (PIB).

“No seguimento da forte depreciação da moeda e da redução na produção de petróleo, o nível de dívida pública e os custos do serviço da dívida em percentagem do PIB vão aumentar significativamente este ano, e isso vai colocar uma pressão significativa nos pagamentos a partir de 2024”, escrevem os analistas da S&P na nota que acompanha a decisão de manter o rating em B-, abaixo do nível de recomendação de investimento.

“A revisão em baixa da previsão de crescimento para este ano reflecte principalmente a nossa expectativa relativamente a um nível de produção mais baixo, e o seu impacto noutros sectores da economia”, acrescentam os analistas da S&P.

A desvalorização do kwanza em 40% face ao dólar, desde o início do ano, vai fazer com que os pagamentos da dívida em moeda estrangeira se tornem mais caros, o que leva a S&P a considerar que os custos da dívida no país podem subir mais de 60% na segunda metade deste ano.

Segundo os especialistas, o país terá de desembolsar mais de 7 mil milhões de dólares norte-americanos este ano, e uma média de 7,8 mil milhões de dólares entre 2024 e 2026, com a maioria do serviço da dívida deste ano a estar relacionado com o compromisso bilateral que assume com a gigante asiática (a China).

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