São Tomé. PR Carlos Vila Nova não vai à conferência para a paz na Ucrânia
O Presidente são-tomense disse hoje que não vai participar na ‘Conferência para a Paz na Ucrânia’ agendada para o próximo fim-de-semana na Suíça, mas assegurou que o arquipélago estará representado, sem dizer por quem.
“A representação do país faz-se de diversas formas e, neste caso concreto, o país estará representado”, disse à Lusa Carlos Vila Nova, que regressou hoje ao arquipélago, após participar na cimeira Coreia-África, realizada na semana passada.
O chefe de Estado são-tomense não esclareceu quem representará o país na conferência, sublinhando que “nem tudo pode ser feito ao nível do Presidente”.
No entanto, fonte do governo contou à Lusa que São Tomé e Príncipe estará representado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Gareth Guadalupe.
Na semana passada, o primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada não garantiu a participação de São Tomé e Príncipe na conferência, que se irá realizar nos dias 15 e 16 de Junho, mas assegurou que apoia “qualquer iniciativa de paz”.
“Ainda não sabemos, mas em princípio, qualquer cimeira que busca a paz nos interessa”, assegurou Patrice Trovoada, quando questionado, na sequência das declarações do primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, que disse ter-lhe sensibilizado para o país participar na cimeira.
Patrice Trovoada reiterou que a posição de São Tomé e Príncipe face ao conflito entre a Rússia e Ucrânia “sempre foi a mesma e será sempre a mesma”.
“A invasão da Ucrânia não é aceitável. Qualquer conflito não pode ser resolvido por uma acção armada, mas o facto é que estamos numa guerra, por isso qualquer iniciativa também para acabar o conflito, qualquer iniciativa de paz, qualquer negociação ou solução negociada, nós estamos interessados que ela aconteça”, sublinhou.
“Por conseguinte, é muito provável que nós, de uma maneira ou de outra estejamos presentes na Cimeira da Paz, mas a decisão ainda não foi [tomada]”, referiu na semana passada.
Questionado se o país poderia fazer-se representar pelo Presidente da República ou pelo primeiro-ministro, Patrice Trovoada não foi claro. “O país estará [presente], eu penso”, respondeu.
Recentemente, São Tomé e Príncipe assinou um acordo de cooperação técnico-militar com a Rússia, que, entre outras acções, prevê a entrada de navios e aviões de guerra russos no arquipélago.
A informação, avançada em primeira mão pela imprensa russa, provocou “estranheza, apreensão e perplexidade” por parte de Portugal e outros países europeus, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel.
No entanto, após diálogo e trocas de palavras na comunicação social, as autoridades são-tomenses e portuguesas afirmaram que a relação entre os dois países se mantêm boas, assim como com a União Europeia.