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Economista Carlos Rosado considera ‘injustificável’ taxa de inflação dos últimos sete anos

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O economista e docente universitário Carlos Rosado de Carvalho classificou como ‘injustificável’ a elevada taxa de inflação que se regista em Angola nos últimos sete anos, sobretudo nos preços dos produtos alimentares, cujo resultado mais dramático foi a sistemática diminuição do poder de compra das famílias em mais de 60% desde 2014.

As declarações foram proferidas durante o programa ‘Economia 100 Makas’, da Rádio MFM, quando Carlos Rosado de Carvalho procedia à análise o relatório sobre a Taxa de Desemprego em Angola, referente ao I trimestre do corrente ano, que caiu de 30,6 para 30,5% (0,1%) em comparação ao trimestre anterior.

Carlos Rosado considerou a inflação uma espécie de um “imposto escondido”, já que “os preços aumentam consideravelmente e as pessoas vão perdendo cada vez mais o poder de compra”, sobretudo naquelas situações em que as taxas de inflação são elevadas e os salários não correspondem ao aumento dos preços.

De acordo com os dados avançados pelo economista, o salário mínimo em Angola perdeu o poder de compra na ordem dos 60%, isto derivado dos indicadores económicos associados às compras totais que se podiam fazer em 2014, e que hoje servem para cobrir apenas cerca de 38%, como consequência da inflação, que retirou o poder de compra às famílias.

Para o especialista, para além da perda do poder de compra, a inflação é também responsável pela instabilidade. “Quando existe inflação, é difícil planearmos as coisas. Nós não sabemos como é que os preços vão estar daqui a uma semana, daqui a um mês”, salientou.

Quanto à taxa de desemprego, que se situa na ordem dos 30,5%, o jornalista económico classificou a situação como grave, apesar de se ter notado uma redução de 0,1%, uma vez que “quem está desempregado não tem rendimentos para manter uma vida digna”. A concorrer para o agravamento deste quadro, existe ainda o facto de em Angola não haver apoios sociais às pessoas desempregadas, o que, segundo o economista, “torna a situação ainda mais complicada”.

Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística, entre Janeiro e Março do corrente ano, a taxa de desemprego foi de 30,5%, registando uma redução de 0,1% em comparação com o trimestre anterior (30,6%) e inferior a 1,5% relativamente ao trimestre homólogo (32,0%).

Bernardo Pires

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