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Rafael Marques refuta JLo e diz que justiça é dirigida por “indivíduos com qualificações para chefiar associações criminosas”

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O jornalista Rafael Marques rebateu as declarações do Presidente João Lourenço, que recusou, na passada quarta-feira, 1, em entrevista à Rádio France International (RFI), a existência de uma “crise institucional em Angola”. O também activista, que falava à agência Lusa, considerou tratar-se apenas do “ponto de vista do Presidente da República”, mas que os cidadãos entendem que “o poder judicial está praticamente morto”.

“É o ponto de vista do Presidente. De acordo com a sua visão para o país não há crise, agora para nós, cidadãos, uma visão redutora sobre a podridão do sistema judicial do país”, afirmou Rafael Marques, defendendo que o Poder Judicial angolano “está moribundo e a ser dirigido por indivíduos com qualificações para chefiar associações criminosas”.

Rafael Marques disse que “temos o Presidente da República “que pensa de outra forma, de acordo com a sua visão para o país, que é uma visão redutora da vontade dos angolanos”, porém, do outro lado, está “a realidade que todos os dias os cidadãos angolanos enfrentam por falta de justiça”.

A título de exemplo, Rafael Marques apontou os casos de cidadãos que estão à espera de uma decisão judicial há dez ou 15 anos.

“Então, como vamos dizer que não há crise na justiça? Quer dizer, nós levantámos apenas o véu da podridão do sistema judicial, que, de certo modo, é o véu da podridão dos órgãos das instituições do Estado”, referiu.

“[Daí] termos de começar a pensar seriamente como é que nós conseguimos escalar essa montanha, que é estarmos em presença de um Estado completamente disfuncional. O Presidente está confortado com esse Estado, porque ele não está a passar fome”, atirou, acrescentando que João Lourenço “tem a sua vida e da sua família resolvida, mas a maioria dos angolanos não tem”.

“Então o país não é só o Presidente, por isso é que nós, enquanto cidadãos, temos de olhar pelo país, não pelas palavras e acções do Presidente, mas, sobretudo, pela vontade colectiva dos cidadãos angolanos que querem um país melhor, que querem um país funcional”, frisou.

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