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PGR angolana aguarda há um ano pela detenção de Isabel dos Santos no Dubai, confirma Pitta Groz em Portugal

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O procurador-geral da República (PGR), Hélder Pitta Groz, confirmou, nesta quarta-feira, 30, em Lisboa (Portugal), que Angola aguarda, há pelo menos um ano, pela resposta das autoridades judiciais dos Emirados Árabes Unidos e, particularmente do Dubai, ao pedido de detenção da empresária angolana Isabel dos Santos.

Em declarações aos jornalistas, no final de um encontro de cortesia com o seu homólogo português, Hélder Pitta Groz lamentou que as autoridades árabes não tenham procedido até hoje à detenção da empresária angolana, porém, salientou que “o mais importante” é que Isabel dos Santos “se coloque à disposição das autoridades” angolanas.

“Já remetemos toda a documentação necessária ao Dubai, aos Emirados Árabes Unidos e aguardamos que eles cumpram”, disse Hélder Pitta Groz, sublinhando que a PGR fez visitas concretas aos Emirados para poder contactar as autoridades competentes e que aguarda que eles digam alguma coisa, mas que nada mais dependia de Angola.

“Ninguém detém uma pessoa pelo prazer da detenção, mas pelo menos esperamos que [Isabel dos Santos] fique à disposição dos órgãos de justiça de Angola; enquanto isso não acontecer, é difícil os processos ficarem concluídos”, acrescentou.

O responsável da justiça angolana justificou a presença em Lisboa com o propósito de apresentar cumprimentos ao novo procurador português, Amadeu Guerra, e manifestar disponibilidade para a continuação da colaboração, descartando por isso a ida a Lisboa com o objectivo de discutir um caso em concreto.

Na ocasião, Pitta Groz rebateu igualmente as acusações da defesa de Isabel dos Santos, que se refere a “um processo político”, para descrever o expediente judicial que pesa sobre a sua cliente.

“A melhor forma de ela [Isabel dos Santos] poder demonstrar que é um processo político é colocar-se à disposição dos órgãos de justiça de Angola e aí poder mostrar (como diz), com provas concretas, que é um processo político e não que há factos ilícitos, é o melhor caminho para isso”, argumentou Pitta Groz, adiantando que “o importante é que se ponha à nossa disposição para que o processo seja concluído, seja por detenção ou por apresentação de sua livre e espontânea vontade”.

A defesa de Isabel dos Santos, que até à publicação desta matéria não reagiu ainda às declarações do procurador-geral da República, é acusada de 12 crimes num processo que envolve a sua gestão à frente da petrolífera estatal Sonangol entre 2016 e 2017.

*Com a Lusa 

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