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Parlamento rejeitou debater atentados contra a mulher de jornalista da Rádio Despertar

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O Parlamento angolano rejeitou, esta quinta-feira, 24, a proposta de alteração da ‘ordem do dia’ solicitada pelo Grupo Parlamentar da UNITA, que pretendia apresentar um ‘voto de protesto’ contra as agressões de que tem sido vítima a cidadã Ludmila Pinto, mulher do jornalista Cláudio Pinto, afecto à Rádio Despertar e ao líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior.

Apresentado na sessão plenária de quinta-feira o requerimento foi rejeitado com 112 votos contra, da bancada parlamentar do MPLA, 83 votos a favor, da UNITA, e duas abstenções, do Partido de Renovação Social (PRS) e do Partido Humanista de Angola (PHA).

“A não aprovação do ‘voto de protesto’ pelos deputados do Grupo Parlamentar do MPLA é prova da insensibilidade e da falta de humanismo dos dirigentes do regime e do seu aval às velhas práticas anti-democráticas de perseguição e silenciamento das vozes opostas”, acusou a UNITA numa nota tornada pública.

No mesmo documento, a segunda maior ‘voz’ na casa das leis assegura que vai continuar a denunciar todos os actos atentatórios à vida e à dignidade da pessoa humana, e que, “tudo fará para que as instituições do Estado sirvam o cidadão e não os interesses inconfessos de grupo”.

Recorde-se que Ludmila Pinto, esposa do jornalista Cláudio Pinto, funcionário da Rádio Despertar (emissora pertencente à UNITA) foi vítima de três atentados, o mais recente na manhã da última segunda-feira, 21, quando saía do supermercado Kero Kilamba.

Ludmila Pinto foi surpreendida por um indivíduo não identificado que a esfaqueou num dos membros inferiores, fazendo uma ferida profunda na zona da cocha direita.

Antes disso, no mês passado, dois indivíduos mascarados invadiram a sua residência, na centralidade do KK5000, em Luanda, onde a espancaram e a torturaram, fazendo-lhe 16 cortes nos dois braços, tendo depois os mesmos deixado um aviso escrito para o seu marido que dizia: “Foi um aviso”.

Todos os actos foram relatados pelo esposo, nas suas redes sociais e também em nota de repúdio pelo Grupo Parlamentar da UNITA.

O SIC, segundo Cláudio Pinto, que esteve em sua residência, aquando da invasão e tortura da mulher, até agora não conseguiu identificar os suspeitos dos atentados.

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