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Obrigado a explicar polémica sobre os 600 novos autocarros, Ministério dos Transportes afirma que compra não visa “desbaratar o dinheiro público”

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O Ministério dos Transportes rebateu, nesta terça-feira, 22, as críticas que se ouviram após adjudicação directa do contrato para aquisição de 600 novos autocarros a um consórcio de empresas do qual é parte integrante a sucursal europeia do Grupo Opaia, do empresário angolano Agostinho Kapaia.

Num comunicado de imprensa, o departamento ministerial rejeitou a acusação segundo a qual a compra dos 600 autocarros, no valor global de €323 500,000,00 (trezentos e vinte e três milhões e quinhentos mil euros), seja uma medida que venha a resultar no “desbaratar do dinheiro público”, uma vez que o que se pretende é que o país goze de uma “autonomia de que não dispõe de momento”.

A finalidade, assegura a nota do Ministério dos Transportes, é contrária àquilo que “vem sendo erroneamente afirmado nos dois últimos dias”. Ou seja, “o objectivo do executivo — neste caso através da actuação do Ministério dos Transportes — é claro: criar as condições de mobilidade de que os cidadãos precisam na capital e nas restantes províncias, e criar condições que permitam a médio prazo não depender única e exclusivamente da importação”.

“Foi justamente no âmbito da introdução desta medida e do firme compromisso de proporcionar a toda a população angolana condições de mobilidade, que o Ministério dos Transportes desenvolveu os contactos necessários para a aquisição de novos autocarros – 600 da marca Volvo no imediato – e para a construção de uma fábrica de montagem dos mesmos, que permita ao país gozar da autonomia de que não dispõe de momento”, esclarece a nota.

A mesma nota dá conta que, além da compra dos 600 autocarros da marca Volvo — no âmbito do Programa de Expansão dos Transportes Públicos —, a medida prevê também a aquisição de autocarros standard, articulados, 4×4, para as províncias do Leste e Sul, o transporte dos mesmos para Angola, seguro de transportes, responsabilidades fiscais aduaneiras, o fornecimento de equipamentos para a manutenção preventiva e a assistência técnica aos veículos.

O investimento, continua a nota, garante igualmente o arranque da construção da fábrica de montagem de autocarros na Zona Franca da Barra do Dande, na província do Bengo, “num investimento estimado em 90 milhões de euros, com o objectivo de se reduzir a dependência das importações e de promover a autonomia industrial do país”.

O Ministério dos Transportes avança que a decisão de construir a fábrica de montagem vai criar mais de dois mil empregos directos, estimular o empreendedorismo e promover oportunidades de desenvolvimento profissional, através da transferência de tecnologia e de conhecimento para Angola, sendo que os cidadãos nacionais vão beneficiar neste projecto de formação técnica avançada no ramo da engenharia automóvel, manufactura, gestão da qualidade, e inteligência artificial.

“Prevê-se que esta fábrica possa vir a exportar veículos para os países vizinhos, contribuindo acentuadamente para a arrecadação e divisas e para a diversificação da economia de Angola”, avança a nota.

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