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Ntoni-a-Nzinga defende que Angola não deve ser conduzida por quem chegou ao poder pela guerra

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O teólogo angolano António Nzinga, mais conhecido como reverendo Ntoni-a-Nzinga, defendeu na quinta-feira, 12, que “o destino do país não pode ser conduzido por pessoas que, por meio das armas, adquiriram estatuto que os permite falar e fazer, mas sim por quem for livremente escolhido pelo povo”.

Ntoni-a-Nzinga, que falava em entrevista à Rádio Ecleesia, entende que “o partido que governa o país não foi escolhido livremente pelo povo [em 1975]”. O teólogo foi mais longe e citou mesmo as formações políticas MPLA e UNITA como partidos que adquiriram o poder por meio das forças das armadas que detinham na altura.

O reverendo teceu ainda duras críticas aos partidos políticos que nascem em véspera da campanha eleitoral, tendo questionado a sua legitimidade e o real benefício que trazem para a democracia angolana.

“Os partidos políticos nascem porque se aproximam as eleições, ou porque pretendem estar ao serviço do povo? São quatro anos desde que se realizaram as últimas eleições, e estão a surgir na última hora. Onde é que estavam?”, questionou.

Ntoni-a-Nzinga apoiou-se nos exemplos do passado para explicar a necessidade “urgente” da união entre os angolanos, de modo a que a paz seja preservada. “Angola precisa hoje de repensar o país. Recriar Angola que nós queremos ser, não a que herdámos”, disse o teólogo, apontando como solução o diálogo aberto e inclusivo.

Já o académico Sílvio António Ribeiro, ouvido pela mesma estação de rádio, afirmou que, em termos económicos, o governo precisa de repensar as suas estratégias, para fazer face à miséria extrema que se vive no país, tendo considerado preocupante o “braço-de-ferro” entre as forças políticas.

Bernardo Pires

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