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Nível de penetração do sector segurador na economia nacional continua “muito abaixo” da média da SADC”

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A administradora da Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG), Filomena Manjata, revelou, na semana passada, que o nível de penetração do sector segurador na economia nacional situa-se abaixo de 1% do PIB, um valor ainda muito baixo, se comparado com a média dos países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Os dados foram avançados durante o 1.º Encontro de Mediadores de Seguros, que teve lugar sob o lema ‘Promoção e Inovação do Mercado da Mediação de Seguros’, durante o qual a administradora especificou que esse mau resultado ocorreu por força da baixa cultura de seguros, da actual conjuntura económica e financeira nacional e internacional, agravado pela pandemia da Covid-19 e conflito armado na Ucrânia.

Por outro lado, segundo Filomena Manjata, apesar de estar ainda muito abaixo do exigido, no quarto trimestre de 2022, os prémios de seguro com intervenção de mediação ascenderam a mais de três mil milhões de kwanzas, o que representa uma variação positiva de pouco mais de 100%, comparativamente ao mesmo período do ano de 2021.

A responsável referiu, igualmente, que as comissões de seguro directo também aumentaram em pouco mais de 267 milhões de kwanzas, o que representou uma variação positiva de cerca de 100%.

Já os prémios de resseguro mediado atingiram 1,8 mil milhões kz, o que representou uma variação negativa de menos 81%. Da mesma maneira, as comissões de resseguro intermediado atingiram mais de 44 milhões de kz, representando também uma variação negativa de menos 91%.

“Os seguros de saúde, acidentes e viagens continuam a ser os ramos com maior predominância na carteira de negócio enviado para as seguradoras, pelas mediadoras, seguido do ramo automóvel, num total de 1134 apólices mediadas”, disse.

A Lei n.º 18/22, de 7 de Julho (Lei da actividade Seguradora e Resseguradora) veio dar ao mercado de seguros angolano as ferramentas necessárias para salvaguardar que o regulador e os operadores do mercado de seguros tenham as balizas bem estabelecidas para o desenvolvimento do mercado de seguros.

“Em breve, teremos um novo regime jurídico da mediação, que vai garantir maior transparência e eficácia na actuação de todas as empresas e indivíduos que actuam no mercado da mediação de seguros, promovendo a sã concorrência entre todos operadores e que trará consigo o desafio de se conseguir corresponder às expectativas cada vez mais elevadas dos consumidores”, assegurou a responsável.

Filomena Manjata acrescentou que um dos principais desafios do sector está relacionado com a evolução deste segmento de negócio que é a intermediação de seguros, que tem vindo a sofrer um decréscimo, fruto de uma maior concorrência entre os mediadores.

“Então, é essencial e necessário criar um ambiente de concorrência salutar que contribua para que os mediadores queiram ser cada vez mais sólidos, confiáveis e reconhecidos no mercado, pelo rigor da sua actuação”, realçou.

Actualmente, estão cadastrados 18 agentes, 40 correctores de seguro, 12 correctores de seguro e resseguro e 499 mediadores pessoa singular, sendo que as seguradoras estão apenas autorizadas a trabalhar com a lista de mediadores disponibilizada no site da ARSEG.

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