MPLA recusa-se a receber lições da UNITA e acusa-a de imiscuir-se nos seus assuntos internos e de levantar “infundadas especulações”
O Grupo Parlamentar do MPLA (GPM) acusou a UNITA de estar a imiscuir-se em assuntos internos e de levantar “especulações infundadas” a respeito do Congresso Extraordinário, agendado para Dezembro próximo, durante o qual o partido no pretende reflectir sobre o percurso, as conquistas e os desafios que Angola tem enfrentado nos últimos 50 anos.
Em nota de imprensa, em resposta às críticas da bancada parlamentar da UNITA, que acusou o partido no poder de estar a arranjar artimanhas para continuar a adiar a institucionalização das autarquias em Angola, os deputados do MPLA sublinham que não têm lições a receber de um partido a quem não reconhecem autoridade para tal.
“Maior estranheza não poderia haver, quando um partido que se diz democrático, não só se manifesta contra a reflexão que se pretende fazer, como se imiscui, com infundadas especulações, na vida interna de outro partido a quem não tem lições a dar”, afirma o GPM no comunicado de imprensa.
A 21 de Junho do corrente ano, o Secretariado do Bureau Político do Comité Central do MPLA deliberou sobre a necessidade da realização de um congresso extraordinário do MPLA e sobre a alteração da organização territorial da província de Luanda.
O anúncio incomodou o Grupo Parlamentar da UNITA, que, em comunicado, veio a terreiro acusar o MPLA de encontrar atalhos para continuar a adiar a realização das eleições autárquicas e de encontrar um manto para esconder um alegado problema de crise de liderança nas hostes do partido no poder.
No entanto, o MPLA desvaloriza as críticas da UNITA e considera normal “na tradição dos partidos democráticos a realização de um congresso”, que “é decisão dos seus militantes, sendo assunto interno de cada partido”.
“No caso do congresso extraordinário, cujo processo de convocação terá início brevemente, o MPLA pretende, nele promover, uma profunda reflexão sobre o percurso, as conquistas e os desafios que o nosso país tem enfrentado nos cerca de 50 anos de independência, bem como convidar a sociedade a reflectir sobre o futuro que juntos queremos construir para todos os angolanos”, explica o comunicado.