MPLA acusa a UNITA de recorrer à propaganda política e de instrumentalizar as dificuldades do povo para se auto-promover
O Grupo Parlamentar do MPLA (GPM) desvalorizou, em comunicado, a crítica da UNITA em relação ao desempenho da Assembleia Nacional no recém-terminado ano legislativo, acusando o seu principal adversário de recorrer à propaganda política para instrumentalizar as dificuldades do povo em nome da auto-promoção.
Na quinta-feira, 23, o Grupo Parlamentar da UNITA (GPU) atribuiu nota negativa à Assembleia Nacional em face do que se produziu no recém-terminado segundo ano legislativo da V Legislatura. Em causa está o facto da mais do que a esmagadora maioria das iniciativas legislativas discutidas e aprovadas terem saído do titular do Poder Executivo.
“A UNITA avalia como ‘marcadamente negativo’ o desempenho da Assembleia Nacional durante o segundo ano parlamentar da actual Legislatura. Mas recordemos que a própria UNITA também tem responsabilidades no que se alcançou, e sobretudo, naquilo que não se alcançou neste segundo ano parlamentar”, começou por lembrar o partido no poder, acusando o seu adversário de “recorrer, mais uma vez, à mentira para impor a sua agenda política”.
No comunicado, o MPLA afirma que, como partido que suporta o governo, desempenha um papel central e decisivo no processo legislativo em Angola, sendo que as “iniciativas legislativas apresentadas pelo Presidente da República, que é também o Presidente do MPLA, reflectem directamente o programa de governo do MPLA e os compromissos assumidos para com o povo angolano”.
“Todas as propostas de leis introduzidas pelo titular do Poder Executivo são, na sua essência, decorrentes do programa de governação do MPLA, sufragado e eleito pela maioria do povo angolano”, lê-se no comunicado, no qual o partido no poder acusa também a UNITA de se mostrar incapaz de aceitar os resultados legítimos que deram a vitória ao MPLA.
Para o MPLA, o Parlamento é constituído por todos os partidos e por todos os deputados eleitos pelo povo angolano e todos estes “têm um espaço e voz próprios, desde que para isso tenham vontade anímica”. “A contribuição do MPLA para o avanço legislativo do país é inegável e será lembrado como um dos pilares da construção de uma Angola mais justa e próspera”, afirma o comunicado.
Por outro lado, o partido no poder atribuiu aos deputados da UNITA “uma reiterada falta de decoro e ética parlamentar, nas suas intervenções e acções, tendo sido tal comportamento sucessivo ao longo de todo o ano legislativo que termina”.
“Este comportamento é sintomático de um partido que não tem respeito pela vontade do povo e que, em vez de trabalhar para Angola, prefere fomentar a divisão e a desordem”, refere o MPLA, alegando que “o povo angolano sabe quem está do lado certo da História”.
“Para que país a UNITA nos quer levar? Todos nos recordamos da não aceitação dos resultados eleitorais de 1992. A UNITA está na memória dos angolanos como o partido que até hoje não conseguiu expurgar de si as práticas que levaram à destruição e ao sofrimento”, acusa ainda o comunicado do MPLA.