Moçambique. Líder do Podemos refuta traição e diz que partido “luta para o povo” e não para Mondlane
O presidente do Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos) refuta qualquer traição a Venâncio Mondlane e devolve a acusação ao antigo candidato presidencial a quem acusa de ter reiteradamente violado o acordo que tem uma cláusula de confidencialidade.
“Não vejo que haja uma traição a Venâncio Mondlane porque a traição estaria no acordo. Venâncio Mondlane luta para o povo e o Podemos luta pelo povo, nós não lutamos para Venâncio Mondlane lutamos para o povo e nos encontramos no mesmo objectivo”, disse Albino Forquilha em conferência nesta quarta-feira, 8, em Maputo.
Questionado sobre o posicionamento do Podemos neste momento, ele disse não ser favorável à continuidade das manifestações porque “a missão de um partido político não é apenas manifestar-se, mas é lutar por um direito, e, quando há receptividade, temos de trabalhar para garantir aspetos de reforma do Estado, para que as próximas eleições possam decorrer com outro quadro”.
Forquila reiterou que os 43 deputados do Podemos vão tomar posse no dia 13 de Janeiro, quando passará a ser a principal força da oposição na Assembleia da República.
Na conversa com jornalistas, ele lembrou que, desde 1994, as eleições foram sempre contestadas e sempre houve protestos, mas “os deputados eleitos sempre tomaram posse, inclusive Venâncio Mondlane”.
O líder do Podemos assegurou que o seu partido estará presente nesta quinta-feira, 9, na recepção a Venâncio Mondlane que regressa ao país depois de dois meses de ausência, sem indicar se ele estará pessoalmente ou através de um mandatário.
No passado fim de semana, Dinis Tivane, assessor de Venâncio Mondlane, afirmou, que a tomada de posse dos deputados do partido Podemos “seria, sim, uma traição porque o povo está a fazer uma luta, está nas ruas”.
Num curto vídeo colocado na rede social Facebook, Tivane defendeu ainda a rejeição dos resultados promulgados pelo Conselho Constitucional porque, segundo Tivane, partido merece 138 deputados, número resultante da contagem paralela feita pelo Podemos.