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Moçambique. Governo lamenta homicídio de polícias e demarca-se do crime

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O ministro da Justiça moçambicano lamentou hoje as mortes de agentes da polícia a tiro que ocorrem desde Junho na Matola, arredores de Maputo, e afastou qualquer comando do governo, referindo que decorrem trabalhos para esclarecer os casos.

“Tem havido assassinato de polícias e de cidadãos no seu geral, então não é porque isso seja algum comando do Governo ou de alguma entidade, mas temos lamentado profundamente o sucedido e está sendo feito um trabalho no sentido de esclarecer os casos”, disse Mateus Saize, ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, questionado por jornalistas à margem de um evento em Maputo.

O governante afastou qualquer hipótese de o governo estar envolvido no homicídio dos agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), referindo que o executivo não permitiria o crime até porque “todo o cidadão tem direito à vida”.

“Não sei se o que levou ao assassinato [foi] um motivo profissional, não tenho informações. Estamos a aguardar as investigações que estão a ser feitas pelo setor devido (…) para podermos apurar as reais causas do sucedido”, referiu ainda Mateus Saize.

Em causa está o homicídio a tiros de agentes da PRM ocorridos desde junho na Matola, num crime maioritariamente denunciado nas redes sociais, através de vídeos filmados por populares.

O último caso ocorreu às 08h00 (07h00 em Luanda) de terça-feira, no qual um membro da corporação moçambicana, com categoria de sargento principal, foi alvejado mortalmente quando se encontrava no interior da sua viatura, numa zona denominada Mangueiras, área de jurisdição da sétima esquadra da polícia, no bairro T3, na província de Maputo.

“Indivíduos ainda não identificados, em número não especificado, fazendo-se transportar em viaturas ainda por apurar e munidos de armas de fogo do tipo AKM, efetuaram disparos contra uma viatura de marca Toyota, modelo Mark X, cor preta (…), que saía de uma residência”, referiu o Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique em Maputo, em comunicado.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o homem sem vida no banco do motorista, com o painel do carro ligado e o vidro traseiro perfurado por diversas balas.

O comando da polícia na província de Maputo reiterou o compromisso de “tudo fazer” para identificar e neutralizar os envolvidos no crime, endereçando condolências à família do agente morto e apelando para “calma e tranquilidade” da população.

Este é o quarto evento violento de género que ocorre na Matola, desde junho, tendo sido agentes da polícia moçambicana as vítimas em dois casos.

Em 4 de Julho, pelo menos quatro pessoas foram mortas numa troca de tiros com agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), durante uma operação para impedir um assalto de uma empresa de construção civil na Matola.

A polícia moçambicana avançou, na altura, que pelo menos três dos mortos pertenciam ao grupo de mais de 1.500 reclusos evadidos da cadeia em dezembro.

Em 02 de julho, a PRM confirmou o homicídio de dois agentes da corporação, com 54 tiros, na manhã desse dia, e ferimentos por bala de uma mulher de 78 anos, também na Matola, arredores da capital moçambicana.

O primeiro caso aconteceu também na Matola, na noite de 11 de junho, quando um agente da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) da PRM foi morto com cerca de 50 tiros, no bairro Nkobe, por três homens até ao momento não identificados.

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