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Ministra das Finanças assegura nos EUA que OGE para 2025 só vai ser revisto caso o petróleo desça abaixo dos 55 USD

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A ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, assegurou, em Washington, Estados Unidos da América (EUA), que o Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2025 só vai ser objecto de revisão em caso de uma alteração do preço do barril de petróleo abaixo dos 55 dólares norte-americanos.

“Nós temos cenários sob análise: preço de 65 dólares o barril, preço de 55 dólares, preço de 45 dólares. Entendemos que até 55 dólares o barril […] ainda é possível gerir a situação, e contamos fazê-lo. De forma continuada, preços abaixo dos 55 [dólares o barril] é que provavelmente iriam requerer uma revisão orçamental”, afirmrou Vera Daves de Sousa, em declarações à Lusa.

Em causa está o facto de o barril de petróleo apresentar uma tendência de queda nas últimas semanas, com o Brent — que serve de referências às exportações angolanas — a cair abaixo dos 65 USD por barril em alguns momentos.

Com o preço do barril de petróleo em queda, os alarmes soaram para as contas nacionais, já que o Orçamento Geral do Estado para 2025, que está avaliado no montante de 34,6 biliões de kwanzas (cerca de 27,5 mil milhões de dólares norte-americanos), foi aprovado com o valor médio de 70 dólares norte-americanos, e uma perspectiva de produção de 1 098 mil barris/dia.

Vera Daves, que se encontrava na capital norte-americana, Washington, onde participou das Reuniões de Primavera do Banco Mundial (BM) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), assegurou que o seu staff já tem as contas feitas, isto é, tem todos os números preparados, e que — enquanto for possível gerir a situação com cativações —, tudo farão para manter o as coisas na direcção certa. Porém, caso o preço fique abaixo do nível suportável, a revisão orçamental deverá ser uma opção.

“Vamos observar. Temos as contas feitas, os números preparados. Enquanto formos capazes de gerir a situação apenas com cativações no lado da despesa de bens e serviços, nas despesas de capital, vamos gerir dessa forma. Se sentirmos que não é suficiente, porque durante demasiado tempo o preço ficou abaixo desse nível suportável, aí teríamos que avançar com o exercício de revisão orçamental”, acrescentou a titular da pasta de Finanças.

Essa queda do preço do crude, segundo alguns especialistas e sites internacionais, deve-se a vários factores, incluindo a pausa de 90 dias nas tarifas dos Estados Unidos da América, que levantou preocupações sobre a demanda global de petróleo e os conflitos geopolíticos.

Por outro lado, o novo plano da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+), da qual Angola deixou de ser parte em 2023, de aumentar a produção também é apontando como um dos factores que tem contribuído para a pressão sobre os preços.

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