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Ministério da Saúde arranca em Outubro campanha de vacinação contra o cancro do colo do útero a meninas dos nove aos 12 anos

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O país vai começar em Outubro a vacinar meninas com idades dos nove aos 12 anos contra o cancro do colo do útero, o segundo tipo de cancro que mais afecta as mulheres angolanas, anunciou, nesta terça-feira, 2, o secretário de Estado para a Saúde Pública, Carlos Alberto Pinto de Sousa.

O Ministério da Saúde adquiriu, em Setembro do ano passado, cerca de 2,2 milhões de doses da vacina bivalente contra o cancro do colo do útero (Cecolin 16-18), uma concessão do Banco Europeu de Investimento, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Carlos Alberto Pinto de Sousa, que falava na abertura do workshop de avaliação intercalar do Programa Nacional de Imunização, que conta com o apoio da GAVI (Aliança para as Vacinas), avançou que a vacinação contra esta doença começa com esta campanha nacional, em parceria com o Ministério da Educação (MED), para depois evoluir, a partir de 2026, para vacinação de rotina.

“As despesas operacionais estão asseguradas pela GAVI num montante de 2,5 milhões de dólares norte-americanos já incorporados no Orçamento Geral do Estado, via SIGFE [Sistema Integrado de Gestão Financeira do Estado], abrangendo 21 províncias do país”, referiu o secretário de Estado para a Saúde Pública.

De acordo com o governante, esta campanha, que foi planificada há um ano, acabou por ser adiada devido a factores diversos, sendo o mais relevante a epidemia da cólera que se intensificou no princípio do ano e que, em seis meses, tirou a vida de quase 800 pessoas.

Angola recebeu em Setembro de 2024, pela primeira vez, 1,4 milhões de doses da vacina contra esta doença, com mais de 300 casos diagnosticados por ano.

Na altura, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, referiu que o cancro do colo do útero é o segundo em mulheres angolanas, depois do cancro da mama.

Os últimos dados oficiais divulgados pelo Instituto Angolano de Controlo do Cancro (IACC) dão conta que, em 2022, foram tratados em Angola 915 casos de cancro do colo do útero, cerca de 17% de todos os casos de cancro, estimando-se que a incidência real de casos deste tipo de cancro no país seja provavelmente maior devido às limitações de diagnóstico.

O governo angolano, com a realização desta campanha, estima imunizar cerca de 2 136 009 meninas e adolescentes.

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