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Metade dos angolanos vive sem eletricidade, revela estudo da ONU

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Um total de 18 milhões de angolanos (51%), dos 35 milhões que compõem a densidade populacional nacional, não tem acesso à energia eléctrica, indica um relatório elaborado por várias agências das Nações Unidas, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Banco Mundial (BM).

Angola — apesar de ter feito fortes investimentos nos últimos anos para erguer barragens hidroeléctricas no país, das quais se destacam a de Laúca e a de Caculo Cabaça (em construção), com capacidades de produção de 2.070MW e 2.171MW, respectivamente — integra a lista dos 20 países com maior défice de acesso à energia no mundo.

De acordo com o ‘Relatório do Progresso Energético das Nações Unidas’, divulgado esta terça-feira, 6, cerca de 675 milhões de pessoas vivem sem electricidade no mundo, sendo que 80% das quais residem em países da África subsaariana — uma percentagem gritante aos olhos dos investigadores.

As agências das Nações Unidas pedem, por isso, mais estímulo ao uso de energia renováveis, como forma de superar a crise energética no mundo.

Além de Angola, do estudo consta também a República de Moçambique — este em pior posição — com 22 milhões de pessoas a viver sem electricidade.

Outro país de língua portuguesa, o Brasil, com cerca de 220 milhões de pessoas, está entre os 20 Estados que mais consomem energia no mundo. Mais de 46% da electricidade brasileira vem de fontes renováveis.

A razão do Brasil ser o país com maior percentual de uso de fontes renováveis, de acordo com o relatório, deve-se à alta capacidade de produção energia a partir de barragens hidroeléctricas e de usar a bioenergia para aquecimento e transporte.

O relatório sublinha ainda que é preciso redobrar os esforços, à escala global, para que se alcance os objectivos de desenvolvimento sustentável, que propõem acesso à energia eléctrica para todos até 2030.

No âmbito destes objectivos, está previsto duplicar os níveis históricos de eficiência energética e aumentar a participação das fontes renováveis na matriz energética global.

O relatório do Progresso Energético realça ainda que o crescimento de endividamento dos países e o aumento dos preços de energia tendem a piorar as perspectivas de acesso universal à electricidade e energia limpa para cozinhar.

As projeções actuais, segundo o relatório da ONU, estimam que 1,9 mil milhões de pessoas ficarão sem instalações de cozinha não-poluentes e 660 milhões sem acesso à electricidade em 2030.

Essas lacunas, avançam as agências das Nações Unidas, vão afectar negativamente a saúde das populações mais vulneráveis e vão acelerar as mudanças climáticas.

A Organização Mundial da Saúde, por exemplo, anunciou que 3,2 milhões de pessoas morrem por ano de doenças causadas pelo uso de combustíveis e tecnologias poluentes, que aumentam a toxicidade do ar doméstico.

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