Massano reafirma retirada dos subsídios aos combustíveis e justifica medida política com os “altos custos que fragilizam a estabilidade das contas públicas”
O ministro de Estado para Coordenação Económica, José de Lima Massano, afirmou, nesta quarta-feira, 2, em Luanda, que “as subvenções aos combustíveis, electricidade e água são insustentáveis”, sendo “os custos tão altos que fragilizam a estabilidade das contas públicas”.
José de Lima Massano, que foi o convidado da 2.ª edição do ‘Conversas Economia 100 Makas’, que tem como anfitrião o jornalista e docente universitário Carlos Rosado de Carvalho, reafirmou que o governo vai prosseguir a retirada dos subsídios aos combustíveis, uma medida que julga ser “exigente, impopular”, mas necessária para a estabilidade das contas públicas.
Segundo o ministro, os valores actuais “são de facto muito altos”, além de não beneficiar “aqueles que mais necessitam”, aliado ao problema do contrabando dos combustíveis.
“Os subsídios são tão altos que fragilizam a estabilidade das nossas contas públicas”, disse José de Lima Massano, salientando que, para este ano, o valor previsto para subsidiar os combustíveis é quase o mesmo para a execução de 1 400 projectos do Programa de Investimento Público (PIP).
De acordo com o ministro para Coordenação Económica, o executivo angolano tem em carteira cerca de 3 000 projectos e 1 400 em execução, mas, devido a dificuldades financeiras, foi necessário “rever prioridades”, colocando em stand by cerca de 500 projectos, que estavam já execução”.
“Mas tivemos que fazer pausa a esses projectos, para garantirmos estabilidade a nível das nossas finanças públicas”, salientou, assegurando que “é um caminho que vai continuar”.
“Precisamos de ter essa correcção e poder afectar esses recursos para aqueles sectores que necessitam, para atingirmos mais rapidamente as vulnerabilidades que vamos ainda vivendo e ajudar também no desenvolvimento mais harmonioso do nosso país”, frisou.
No mês passado, o preço por litro de gasóleo aumentou 50% para os 300 kwanzas, igualando o preço da gasolina.
Recorde-se que, os combustíveis em Angola são subvencionados pelo Estado, que tomou a decisão política de gradualmente ir retirando esta subvenção, seguindo as recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI), desde 2023.